Nas profundezas oceânicas há muito a ser desvendado. Recentemente, acostou-se no litoral baiano uma espécie de peixe não catalogada pela ciência. Fisgado, será estudado e incluído
Nas profundezas oceânicas há muito a ser desvendado. Recentemente, acostou-se no litoral baiano uma espécie de peixe não catalogada pela ciência. Fisgado, será estudado e incluído na escala zoológica de reino, classe, ordem, família, gênero e espécie. Esteticamente é um desengonço.
Essa fortuita aparição reforça a tese de que muitos seres que habitam os mares não se apresentaram ou ainda não foram encontrados. São milenares. Não são frutos de mutações ou de seleção darwiniana. Estão por aqui bem antes de nós.
De moneras a cetáceos navegam infinidades aquáticas em recônditas topografias de relevos suntuosos, ocultando mistérios e segredos dos escafandristas e das moderníssimas máquinas, sensores e inteligentes submarinos.
O acidente da Air France mobilizou marinhas do Brasil, França e Estados Unidos. Os responsáveis pelas buscas asseguraram que a caixa preta seria encontrada. Frustrou-se a tentativa. A caixa preta restará intacta por milênios, indecifrável pelos habitantes que passam por ela e a ignoram. São possuidores de mais um mistério que não se revelará.
Com a recente “descoberta” do petróleo na chamada camada pré-sal, milhões de brasileiros estão informados a respeito das camadas do oceano. Ou seja, o pré-sal está mais ou menos a sete mil metros da superfície, a mais de uma légua submarina, antes do sal, que depois vem o pós-sal. Que chique, hein?
A pregação ufanista ignora as dificuldades e incertezas para concretizar esse, sem dúvida, achado brilhante. Querem fazer crer que já está jorrando bilhões de barris, através de muita propaganda. Eis a heureca profética para sanar todas as nossas mazelas e ingressarmos no paraíso das grandes potências.
Esse “bom” presságio merece cautela e respeito para que não torne o pré-sal um canto de sereia e avidez de tubarões no ano que vem. Como é fato, pouco se sabe da imensidão oceânica e de suas reações. É preciso bem interpretar as mensagens que chegam do mar. São lições de abismo, do desconhecido, do surpreendente e do intangível. O mar não é dado a previsões “absolutas” e não permite que se faça onda dele. Ele é dono das ondas, que da mesma forma que nelas se navega, pode-se naufragar.
“Há muito tempo nas águas da Guanabara o dragão do mar reapareceu na figura de um bravo feiticeiro a quem a história não esqueceu.” ( Aldir Blanc).
(*) presidente do PSDB Uberaba