Esclarecemos a quem interessar possa que não existem possibilidades plausíveis e exequíveis para dar prosseguimento ao entendimento que se buscou estabelecer entre partes distintas interessadas na decisão a se proferir futuramente. Diante de inúmeras tentativas frustradas para um acordo que evitasse o prosseguimento dessa contenda que, aos olhos isentos de uma interpretação ciosa, promete se arrastar por um tempo indeterminado. Percebe-se uma clara obtusidade que concorre para uma demanda de imprevisíveis desdobramentos e consequências, cujos atos vindouros podem macular irreversivelmente qualquer tentativa no porvir de uma solução harmoniosa e consensual. Nota-se que, associado aos esforços de natureza tipicamente processual, também se trabalha na frente que busca motivar pela sensibilidade e pelo bom senso, apelando pela razoabilidade e por que não, também, pelo emocional. O que mais se percebe é uma relutância mútua e imoderada para pagar o mais alto preço, a fim de ver o resultado proferido pelo magistrado, até as últimas consequências. Sendo assim, fica a sensação de destacada inépcia para reverter essa querela. Fica patente a impertinência dos que se arrostam frente a frente e não se vergam o mínimo em direção a um ponto comum que facilite uma nova rodada, uma retomada de um novo ciclo de análise das questões que norteiam tais divergências, esse dissenso. Com essa renitência e empertigada disposição vai-se delineando uma interminável disputa, onde vencidos e vencedores podem, lá adiante, ter pouco o que comemorar ou lamentar, tamanha a saga prevista por incontáveis dissabores que advirão fruto da necessária exposição de motivos que certamente serão arrolados para justificar suas razões em defesa de seus propósitos. É, portanto, preocupante o desaguadouro desse inesgotável dilema e celeuma que poderia, pela boa vontade, ser evitado, atalhado e findo sem dissabores mais que previsíveis. No entanto, reiteramos o inquebrantável desejo de prosseguir nos limites da nossa competência no propósito de ainda sermos exitosos na dissuasão de pelo menos um lado interessado. Alcançando esse objetivo, naturalmente cessa a adversidade por insuficiência de contraditório. Claro que o ideal é a pactuação que contemple mutuamente e todos saiam com o sabor de que houve um ganho com desprendimento racional para se resolver a questão. Esperamos, com essa nota, ter esclarecido que nada foi esclarecido, nem a própria nota, nem mesmo o desfecho do que ela pretendeu esclarecer. Muito escrito, pouco dito.
(*) Engenheiro civil