É fato que Che Guevara e Leonel Messi praticamente não atuaram em solo argentino, ao contrário de Maradona e do Papa Francisco, que, depois de um bom tempo, foram brilhar na Itália.
Messi foi encantar o mundo. Já noviço, com milhões de dólares, habitou o território do colonizador. Guevara foi mudar o mundo em um jogo onde perder é morrer. Imortalizou-se.
A Argentina é celeiro de personagens célebres que extrapolam suas fronteiras já há tempo e ocupam lugar de destaque na história mundial. Evita virou musical estrelado, nada mais, nada menos, por Madonna. Foi na Argentina que o Mossad fez uma espetacular ação ao capturar Eicheman, o principal organizador do Holocausto, e o levar para ser julgado em Israel. “Operação final” é o filme que narra o feito do Mossad – serviço de inteligência de Israel.
Cinco argentinos foram laureados com o prêmio Nobel. Bernardo Houssay e César Milstein, vencedores do prêmio de fisiologia/Medicina; Luiz Federico Leilor, na categoria Química; Adolfo Perez Esquivel e Carlos Saavedra Lamas conquistaram o mais famoso, que é o Nobel da Paz.
“A história oficial” em 1986 e o “O Segredo dos seus olhos” em 2010 conquistaram o Oscar de melhor filme estrangeiro. Somam-se às duas conquistas mais cinco estátuas e 17 indicações. A mais recente é “Argentina 1985”, que ficou entre os cinco finalistas na categoria de melhor filme internacional em 2023. A película aborda o julgamento e a condenação de militares responsáveis por crimes na ditadura que assolou o país entre 1976 e 1983. Foram condenados cinco militares, incluindo o ditador Jorge Rafael Videla, que presidiu o país na maior parte desse período.
A majestosa Mercedes Sosa, argentina de origem ameríndia, conhecida como “a voz dos sem voz”, consagrou a canção “Todo Cambia”.
“Cambia lo superficial/Cambia también lo profundo/Cambia el modo de pensar/Cambia todo en este mundo”...
Como “todo cambia en neste mundo”, a Argentina cambiou do peronismo ao “peronismo” de Milei com seu perro Conan, cachorro morto conselheiro, e o país vive o seu mundo cão.
O que acontece por lá poderia ser apenas o título da principal obra do escritor portenho, Jorge Luis Borges, “Ficções”, mas é real e inacreditável.
Como todo cambia, Argentina, “não deixe que ninguém tire a sua esperança”. Papa Francisco.
Luiz Cláudio dos Reis Campos
PS: Perro é cachorro em espanhol, daí o neologismo “Perronismo” criado pelo autor.