Octávio Elísio, então secretário de Educação do Governo Tancredo Neves, veio a Uberaba na ocasião em que o Governador havia simbolicamente transferido o Governo de Minas Gerais para Uberaba. Início dos anos 80.
Wagner do Nascimento era o prefeito eleito e recepcionou Dr. Tancredo e comitiva com as pompas litúrgicas que se recomenda.
Àquela época, uma intensa movimentação estudantil acontecia na cidade, com atos reivindicatórios, principalmente de estudantes de Engenharia da então Fiube, hoje Uniube.
Os estudantes foram recepcionar o Governador no Aeroporto Mário de Almeida Franco. Tamanha adesão impressionou Tancredo, que quebrou o protocolo, vindo ao encontro dos estudantes, o que lhe rendeu aplausos da maioria.
O Governador resolveu receber a direção do movimento para saber com mais detalhes do que se tratava.
Octávio Elísio, na condição de secretário de Educação, acompanhava atentamente o desenrolar dos acontecimentos.
Existia um contencioso entre a Faculdade de Engenharia e os estudantes, no sentido de se abrir o chamado curso de Verão, momento em que vários alunos poderiam cursar disciplinas ofertadas no período de férias, para que pudessem normalizar sua grade curricular, ou seja, recuperar matérias que ficassem devendo.
O movimento tomou proporções inimagináveis pela direção da Fiube. Já não se podia ignorar, muito embora nada se decidia por parte da faculdade, que resistia em abrir o Curso de Verão.
Paralelo a esse acontecimento, a direção da Fiube convidou o secretário de Educação, Octávio Elísio, para lhe apresentar o Campus e projetos, que agora me fogem do que se tratavam, no sentido de obter apoio do Estado.
Recordo que, no gramado inclinado defronte à sala onde aconteceria o evento, centenas de estudantes se aglutinaram e, em coro, solicitavam a presença de representantes discentes na reunião.
A direção da Faculdade não permitia. O impasse se estabeleceu. Eis que Octávio Elísio se manifesta diante dos professores e do Reitor: “Não há como acontecer a reunião sem a presença de representante discente”. E foi além: “Para que possamos estabelecer um entendimento entre Governo e Faculdade, é preciso que a direção da Escola promova um melhor relacionamento com seus estudantes”.
Aceitaram a participação de representante discente e firmaram o compromisso de melhorar a convivência com os estudantes e suas instâncias de representaçã Diretórios Acadêmicos e Diretório Central.
Assim conheci e passei a admirar Octávio Elísio. Eu era presidente do DA de Engenharia e um dos representantes discentes que participaram da reunião.
Octávio, naquele dia, nutriu nossa simpatia; não posso dizer da direção da Fiube. Creio que não.
Posteriormente, nos reencontramos na fundação do PSDB; eu ainda jovem, ele um pouco mais experiente.
Octávio foi um grande ser humano. Um brilhante político e um competente profissional.
Luiz Cláudio dos Reis Campos