ARTICULISTAS

A inveja e a arrogância

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 16/09/2013 às 09:19Atualizado em 19/12/2022 às 11:03
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Em um bate-papo com um amigo neste final de semana, o assunto principal versou sobre a inveja, este veneno que se alastra pela alma das pessoas, deteriorando o caráter e a criatividade e ao mesmo tempo faz nascer a mediocridade, a indecência, o egocentrismo e o ciúme.

Este meu amigo, hoje professor universitário, lecionou-me por horas a fio, sem que pudesse perceber que o tempo passava, visto que foram precisas e sedutoras suas palavras para conceituar esta “praga” que se espalha por todos os lados onde encontramos seres humanos.

Meu “professor” descreveu a inveja se apresentando no meio em que vivemos de diversas formas, mas a chamada “inveja serena” como a pior das invejas, pois além de traiçoeira e dissimulada, ela pode ser considerada rica em falsidades.

A inveja serena é muito comum nos locais de trabalho, onde os colegas não se conformam com o destaque e evolução de suas funções, chegam com um sorrisinho maroto, falsos elogios à sua frente e comentários maldosos e dissimulados em sua ausência.

Ao apresentar algumas dúvidas sobre como descobrir o posicionamento invejoso a nossa volta, o “mestre” foi taxativo em afirmar que se percebermos que estamos sendo “adulados”, temos que tomar cuidado com nossas atitudes, pois pode existir algum interesse obscuro e maligno se materializando contra nós.

Meu amigo me mostrou em um livro de psicologia em que se falava sobre a inveja, apontando que é fácil reconhecer um invejoso, bastando para tanto observar o grau de aceitação e de desenvoltura frente às adversidades, ou seja, se ele ficar só na revolta e na indignação, já estará, espontaneamente, assinando sua confissão, pois o invejoso é desprovido de recursos próprios, vivendo a odiar aqueles que, com segurança, mostram que estão errados, causando com isso a ira, a rebeldia e a cometer chantagem emocional até conseguirem o que querem, como se isso fosse a coisa mais importante frente seus colegas de trabalho, demonstrando com um sorriso, que suas tramoias o levou ao êxito e à vitória.

Aprendi neste gostoso bate-papo, que a inveja é a mãe da arrogância, pois da inveja nasce o sentimento que caracteriza a falta de humildade, o não querer ouvir os outros, o orgulho excessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade, se achar autossuficiente e que não precisa de ninguém.

Ao terminar o encontro, despedimos um do outro certos de que falávamos de uma coisa real de nosso cotidiano, onde não é novidade para ninguém que quando falamos em inveja, egoísmo e arrogância, as palavras soam mal em qualquer roda de estudiosos ou não, causando antipatia e asco, pois nos referimos àqueles que volta e meia olham para o próprio umbigo, não conseguem compartilhar, dividir, somar, e multiplicar. Não têm tempo para pensar no que o outro quer e espera.

Bem diz o ditado popular: “Quem não consegue fazer pouquinho, jamais conseguirá fazer muito, mas os invejosos e arrogantes só fazem muito por eles mesmos”.

Marco Antônio de Figueiredo

Articulista e Advogado

Pós-Graduado em Ciências

Políticas pela UFSC

marcoantonio.jm@uol.com.br     

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