Em um bate papo com um amigo neste final de semana, o assunto principal versou sobre a inveja, este veneno que invade a alma das pessoas, arrebentando com caráter e fazendo nascer a mediocridade e o egocentrismo.
Meu amigo, hoje professor universitário, lecionou-me por horas a fio, com suas precisas e sedutoras palavras para conceituar esta “praga” que se espalha por todos os lados, descrevendo a inveja impregnada no meio em que vivemos de diversas formas, destacando a chamada “inveja serena”, como a pior das invejas, por ser traiçoeira, dissimulada e rica em falsidades.
A inveja serena é muito comum nos locais de trabalho, onde os colegas não se conformam com o destaque e evolução de suas funções, chegam com um sorrisinho maroto, falsos elogios em sua frente e comentários maldosos e dissimulados em sua ausência.
Ao apresentar algumas dúvidas sobre como descobrir o posicionamento invejoso à nossa volta, o “mestre” foi taxativo em afirmar que se percebermos que estamos sendo “adulados”, temos que tomar cuidado com nossas atitudes, pois pode existir algum interesse obscuro e maligno se materializando contra nós.
Meu amigo mostrou em um livro de psicologia, sobre a inveja, apontando que é fácil reconhecer um invejoso, bastando para tanto observar o grau de aceitação e de desenvoltura frente às adversidades, ou seja, se ele ficar só nas reuniões a portas fechadas, conversas em tons baixos, pedindo informações “sigilosas” a terceiros sobre os trabalhos de colegas, já estará, espontaneamente, assinando sua confissão, pois o invejoso é desprovido de recursos próprios, vivendo a ‘espionar’ seus colegas que se esforçam para espelhar o que existe de melhor em seu campo de trabalho.
No invejoso, até os olhares que antes inspiravam confiança, passam a esconder qualquer coisa sombria, pois se desviam constantemente, por qualquer motivo, nas respostas vazias de todas as perguntas.
Aprendi neste gostoso bate papo, que a mãe da arrogância é a inveja, pois dela nasce a falta de humildade, o não querer ouvir os outros, o orgulho excessivo, a soberba, a altivez, o excesso de vaidade, o se achar autossuficiente e que não precisa de ninguém.
Ao terminar o encontro, despedimos um do outro certos de que falávamos de uma coisa real, pois quando falamos em inveja, egoísmo e arrogância, as palavras soam mal em qualquer roda, causando asco, pois nos referimos àqueles que só olham para o próprio umbigo e não conseguem compartilhar, dividir, somar, e multiplicar.
Diz o ditado popular: “Quem não consegue fazer pouquinho, jamais conseguirá fazer muito, mas os invejosos e arrogantes só fazem muito por eles mesmos”.