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A política e o urubu

Lendo um artigo escrito por Marcos Sá, cheguei à conclusão de que o Brasil estaria bem melhor se determinados políticos

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 02/08/2010 às 00:41Atualizado em 20/12/2022 às 05:05
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Lendo um artigo escrito por Marcos Sá, cheguei à conclusão de que o Brasil estaria bem melhor se determinados políticos pátrios tivessem pelo menos a elegância dos urubus. Não me refiro à exigência de terem a nobreza e garra do “urubu-rei”, pois seria exigir demais.

Basta pararmos um minuto e “darmos corda” à nossa imaginação e chegaremos a uma conclusão estarrecedora. Se a maioria dos políticos brasileiros comportasse como alguns urubus, certamente deixaria de exalar o odor fétido da corrupção e passaria a ser o predador que faria a faxina tão sonhada por todos os habitantes deste País, que continua dormindo em berço esplêndido e que sempre será a nossa Pátria amada, salve... salve Brasil.

Se conseguíssemos transformar grande parte dos políticos ainda em exercício em urubus, com toda certeza poderíamos afirmar que ao se comportarem como estes elegantes alados carniceiros, ainda assim não usariam cartões coorporativos sem limites e que são sempre pagos pelo suor arrancado dos exorbitantes impostos recolhidos dos “contribuintes”.

Dá para imaginar que felicidade seria saber que aqueles políticos que se revestem de hienas seriam transformados, num passe de mágica, em um elegante urubu? Que mesmo sendo um predador alado ele não mais levaria seus familiares a hospedagens e passeios internacionais pagos pela classe produtiva de todo nosso País?

Que bom seria saber que não veríamos troca de acusações, malas para todos os lados recheadas de dinheiro, cuecas abarrotadas de dólares, líderes fanáticos, sujeiras encobertas, fraudes no painel de votação e tantos fantasmas no Congresso.

Se compararmos a maioria dos políticos brasileiros aos urubus não iríamos precisar de nenhum analista específico para concluir que os urubus expressam, ao contrário daqueles agentes eleitos pelo povo, mais elegância, liberdade de pensamento, mais alegria, além de devorarem a carniça e não se comportarem como tal.

Seria ótimo se no próximo pleito eleitoral, os vencedores mudassem por completo quanto à forma de agir da maioria dos políticos que hoje ocupam este espaço, que não fossem tão elegantes para voar quanto um urubu, mas que soubessem um pouco dos ensinamentos inseridos no livro "A História de Fernão Capelo Gaivota" (Richard Bach), ao afirmar que “é preciso saber voar por voar e não apenas para caçar e comer”.

Poderíamos acrescentar que não basta ser eleito para voar no paraíso do poder. É necessário saber voar e lembrar-se daqueles que o ajudaram a implantar estas asas e lhe ensinaram a ter ideias e a pensar.

É essencial saber que um urubu não fica o tempo todo voando. Assim é melhor colocar a cabeça no lugar e ficar sempre repetindo que o caminho certo é aquele em que paramos para refletir, voamos e sempre que necessário, planamos para encontrar soluções e rever as grandes lições.

Devemos esclarecer que todo cuidado é pouco para não se achar auto-suficiente antes da hora e ter as asas quebradas. Tudo dever ser feito dentro da capacidade de cada um, se quiser voar mais alto.

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