ARTICULISTAS

A política e o xadrez

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 22/08/2011 às 22:51Atualizado em 19/12/2022 às 22:43
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Dentro do preceito de que o cidadão para ter voz ativa na sociedade tem que ser politizado, tentamos visualizar a origem e caminhos a serem seguidos por esta tão falada e criticada política.

Seria temeroso afirmar que a política começou no “Jardim do Éden”, quando a “serpente subornou Eva com uma maçã”, para que fosse decretado, a partir daquele momento, o pecado original.

Se assim fosse, o primeiro ato institucional político na terra proporcionou o benefício dos prazeres aos seus autores, Adão e Eva, e a punição a todas as outras criaturas, por séculos e séculos.

Acreditando não ser este o início da política, buscamos esclarecer este emaranhado, pesquisando através dos momentos históricos e religiosos, desde os primórdios da humanidade.

Poderíamos até concordar com alguns historiadores que afirmam como princípio real da política, os diálogos, encontrados em pergaminhos, entre Moisés e o faraó egípcio, mas neste disse não disse sobre o início da ideia política, deparamos com uma crônica do advogado e jornalista Sérgio Boechat, que compara toda a evolução política com o jogo de xadrez, chamando a atenção para sua afirmativa de que nada se assemelha mais à política que este jogo, começando pela origem misteriosa da necessidade de conhecimento em movimentar cada passo e estratégia, calculando minuciosamente o tempo para execução de suas “jogadas”.

Trazendo para nossa realidade partes da crônica de Boechat, podemos afirmar que a pressa, a ganância e a sede de se aproximar dos “silos abarrotados de reais”, provenientes da roleta dos impostos e multas municipais, fazem os pretensos candidatos esquecerem que este “jogo” exige inteligência e perspicácia, onde os menos controlados não se destacam e, por isso, não passam de meros figurantes.

Não precisa pensar muito para vermos “aos montes”, pobres coitados influenciados a serem meros figurantes no jogo político de 2012, a se esquecerem de que “existem previsibilidades e o bom jogador prevê a tática do seu oponente e as próprias jogadas com algumas rodadas de antecedência, enfraquecendo os adversários, conquistando espaços, convencendo eleitores, fazendo a diferença entre o bom e o mau político, pois quem perde, ganha o estigma de perdedor”. Tal fato foi vivenciado por “velhas raposas”, nas duas últimas eleições municipais.

Vários ditos populares se encaixam ao momento político atual, tais com “o apressado come cru”; “devagar se vai longe”; “cavalo velho não aprende trote novo”; “candeia que vai à frente alumia duas vezes”; “antes só que mal acompanhado”; “antes a minha face com fome amarela, que vermelha de vergonha”, pois todos esses conceitos comparados com a nossa política, não são meras coincidências.

Assim, vamos certamente presenciar muitos cidadãos honestos e iludidos com o bem-estar social, participando deste tabuleiro de xadrez eleitoral, chegando vislumbrados à última “fila” do jogo, mas serem “trocados por outra peça mais importante, pois não terão nunca a chance de serem reis ou darem o xeque-mate”, “porque esta é a lei do xadrez da política”. 

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