ARTICULISTAS

A Política em Letras e Canções

O silêncio me incomoda quando é preciso falar, pois de nada adianta tapar o sol com a peneira, fechar os olhos quando é necessário ver e enxergar fatos

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 20/05/2013 às 11:10Atualizado em 19/12/2022 às 12:57
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O silêncio me incomoda quando é preciso falar, pois de nada adianta tapar o sol com a peneira, fechar os olhos quando é necessário ver e enxergar fatos e procedimentos que brilham e nos ensurdecem com o grito de socorro por justiça e honestidade.

Não dá para se retrair diante de tantas falsidades, quando são mescladas de vaidades mesquinhas e atos infantis. Não podemos ficar somente caminhando e cantando a canção, de braços dados ou não, pois sabemos que muitos dos que conosco convivem gostam de discursos sutis, enquanto tramam golpes com olhares carregados de senhas, falam com pessoas através de sussurros e sorrisos ardilosos.

Como diria Oswaldo Montenegro, metade de mim me incomoda, mas luto para que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio e a morte de tudo em que acredito não me tapem os ouvidos e a boca, porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Um silêncio amargo que dá náuseas, que dá dentro da gente e que não devia, que é feito uma aguardente que não sacia, que é feito estar doente de uma folia, que nem dez mandamentos vão conciliar e nem todos os unguentos vão aliviar.

A cada dia que passa o barulho aumenta em nossa mente e surge um turbilhão de fatos que se tornariam notícias, pois ferem procedimentos, solidificando ao ver e-mails pipocando em denúncias e dedos em riste contra algo que não poderia acontecer, reunindo e contornando para evitar frases que, se continuar, serão escritas com lágrimas nas memórias de alguns guerreiros que articulam nas sombras, tentando romper barreiras da honestidade, em meio a batalhas travadas pela busca de conquistas maiores e nobres, que permeiam dentre as riquezas tomadas de outros vilões.

Lembrando Cazuza, não quero disparar contra o sol minha metralhadora cheia de mágoas pelo sofrimento que nossa sociedade passou nos últimos oito anos. Estou cansado de correr procurando o bem enquanto falsos defensores dos fracos e oprimidos nadavam de braçadas no poder, mas na direção contrária. Estou cansado de disputar e vencer sem alcançar o pódio de chegada, mas tendo a certeza de que jamais fui derrotado, pois ainda estão rolando os dados e o tempo não para e dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem arranhão, mesmo sabendo que alguns me detestam.

Apesar de tudo eu vejo a vida melhor no futuro; eu vejo isso por cima de um muro, cheio de hipocrisia que insiste em nos rodear; eu vejo a vida mais clara e farta, repleta de toda satisfação, pois hoje consigo ver que tem alguém no comando de tudo, com o espírito honrado e honesto, com vontade de acertar, concertar e consertar a equipe que rodeia, mesmo existindo aqueles que insistem em fechar a cartilha atual, pregar o líder na cruz e depois entrar em contato com os urubus do passado, nas sombras e porões da traição.

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