ARTICULISTAS

A Política em Xeque-Mate

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 12/09/2022 às 21:27Atualizado em 18/12/2022 às 12:14
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Como surgiu a política entre a humanidade?

Vendo a política atual, seja lá a que nível seja, ficam surpreendentes as conclusões a que podemos chegar.

Seria temeroso afirmar que a política começou no “Jardim do Éden”? Teria surgido quando a “serpente subornou Eva com uma maçã”, para que fosse decretado, a partir daquele momento, o pecado original?

Se assim fosse, o primeiro ato institucional político na terra proporcionou o benefício dos prazeres aos seus autores, Adão e Eva, e a punição a todas as outras criaturas, por séculos e séculos.

Poderíamos até concordar com alguns historiadores que afirmam como princípio real da política os diálogos, encontrados em pergaminhos, entre Moisés e o faraó egípcio, mas...

Neste disse não disse sobre o início da ideia política, deparamos com uma crônica do advogado e jornalista Boechat, que comparou a evolução política ao jogo de xadrez, afirmando que nada se assemelha mais à política que este jogo, começando pela necessidade de conhecimento em movimentar cada passo e estratégia, calculando minuciosamente o tempo para a execução de suas “jogadas”.

Trazendo para nossa realidade, podemos afirmar que a pressa, a ganância e a sede de se aproximar dos “silos abarrotados de reais”, provenientes da roleta dos impostos e multas, fazem os pretensos candidatos esquecerem que este “jogo” exige inteligência e perspicácia, onde os menos controlados não se destacam e, por isso, não passam de meros figurantes.

Não precisa pensar muito para vermos, “aos montes”, pobres coitados sendo influenciados a serem meros figurantes no jogo político, a se esquecerem de que “existem previsibilidades, e o bom jogador prevê a tática do seu oponente e as próprias jogadas, com algumas rodadas de antecedência, enfraquecendo os adversários, conquistando espaços, convencendo eleitores, fazendo a diferença entre o bom e o mau político, pois quem perde ganha o estigma de perdedor”.

Tal fato foi vivenciado por “velhas raposas”, nas últimas eleições.

Vários ditos populares se encaixam ao momento político atual, tais com “o apressado come cru”; “devagar se vai longe”; “cavalo velho não aprende trote novo”; “candeia que vai à frente alumia duas vezes”; “antes só que mal-acompanhado”; “antes a minha face com fome amarela, que vermelha de vergonha”, pois todos esses conceitos comparados com a nossa política não são meras coincidências.

Assim, vamos certamente presenciar muitos cidadãos honestos e iludidos com o bem-estar social participando deste tabuleiro eleitoral, chegando vislumbrados à última “fila” do jogo, mas serem “trocados por outra peça, pois não terão nunca a chance de serem reis ou verdadeiras rainhas para darem o xeque-mate”, “porque esta é a lei do xadrez na política”.

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