Depois de Brasília, novamente um projeto faraônico assinado pelo arquiteto centenário, Oscar Niemeyer, que será executado a custo do suor e sacrifício dos...
Depois de Brasília, novamente um projeto faraônico assinado pelo arquiteto centenário, Oscar Niemeyer, que será executado a custo do suor e sacrifício dos “contribuintes” de impostos sufocantes. Sob efeito da febre de megalomania - comum em alguns governantes - o governador mineiro se deixou abater, após ser picado pela mosca azul da política, resolveu ao custo do sacrifício do povo mineiro, construir sua “Neverlândia”, ou como é conhecida por toda Minas Gerais: “Aéciolândia – a Disneylândia do Aécio”. Em local nobre e com previsão de inauguração programada, ainda para este ano de 2009 - custando a “bagatela” de pouco mais de 1 (um) bilhão e 200 (duzentos) milhões de reais, somente a parte física, sem contar móveis e equipamentos - está sendo construído, em Belo Horizonte, pelo governador Aécio Neves, o maior e mais luxuoso “Palácio” governamental. Diante de levantamentos feitos, este “Palácio” deverá entrar para o livro dos recordes mundiais, pois é “enorme, majestoso, suspenso, audacioso e sereno ao mesmo tempo”, segundo afirmou o engenheiro José Carlos Susseking. Afinal, como interioranos, vamos poder admirá-la pela televisão ou através de fotos nos jornais e pensarmos sempre que ali tem um pouco do nosso suor recolhido em forma de incontáveis impostos, principalmente o ICMS mais caro do Brasil. Mas fazer o quê? Uma obra como esta é de causar orgulho a qualquer político, pois vai provocar a imprensa estampar manchetes e comentários sobre sua construção, em toda mídia nacional e estrangeira. O que significa a “bagatela” de pouco mais de 1 bilhão de reais para um governo que impõe ao seu povo, através da propaganda institucionalizada, que ele faz uma gestão de choque, demonstrando ser obcecado pela meta do déficit zero? O que importa o fechamento de secretarias, a paralisação de investimentos na Segurança e na Educação, o congelamento do salário dos servidores do Estado, diante da construção faraônica da “Aéciolândia”, que está sendo paga à vista, para grandes empreiteiras que financiaram a campanha do governador mineiro? Como já afirmou o deputado uberabense Adelmo Leão, “Esta construção é muito boa para marketing, mas o governo mineiro ainda não cumpriu seu dever de casa”, fazendo alusão ao descumprimento ao piso salarial dos professores e o não investimento obrigatório de 12% na área da Saúde. Por fatos como este é que comungamos com o pensamento do jornalista francês, Henri Béraud, ao afirmar que: “Na política é difícil distinguir os homens capazes, dos homens capazes de tudo”.