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“Ando devagar porque ...”

Estamos vivendo um ar diferente em Uberaba. Um pouco de apreensão, curiosidade, esperança, aflição...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 21/01/2013 às 08:43Atualizado em 19/12/2022 às 15:11
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Estamos vivendo um ar diferente em Uberaba. Um pouco de apreensão, curiosidade, esperança, aflição, sei lá... Mas alguma coisa está diferente do que aconteceu nos oito anos que se passaram no calendário.

Não sou daqueles que pensam que o passado foi melhor ou pior, pelo simples fato de “curtir” as horas como um personagem das músicas do Raul Seixas, quando fala das limitações humanas, do conservadorismo e materialismo que mandam no mundo, estabelecendo limites e tabus.

Também não sou daqueles que fala em novo tempo se referindo a um mundo em que velhos conceitos já foram derrubados. Mas analisando a letra da música “Ouro de Tolo”, dá para entender que o “meu olho que vê”, deslumbra com o futuro, sentindo que o presente é que está à beira do caos se continuar este ritmo e modo de vida, se nossos dirigentes não atuarem de forma austera, anulando ou incinerando o joio que insiste em crescer e permanecer na seara deste novo tempo, causando “depressão” e mágoa ao trigo que alimentou e sustentou “os guerreiros” e “generais” da vitória.

Sinceramente, acredito que todas as épocas possuem seus pontos positivos e negativos, pois estamos sempre em um processo de transformação constante.

Li em algum lugar e não me recordo onde, que o presente nos atropela devido à nossa pressa. É verdade! Temos pressa para tud pressa para andar, resolver os problemas do dia a dia; pressa para comer; para amar; para conversar; atender as pessoas; pressa até para pensar e, com isso, o dia também tem pressa para acabar, deixando uma sensação de que tem menos horas. Fazemos tudo rápido para ver se teremos tempo para fazer mais.

As ações apressadas e superficiais fazem com que a qualidade de vida e o relacionamento interpessoal sejam substituídos da forma de qualidade pela quantidade de atos praticados.

Comecei um novo desafio no trabalho há pouco tempo. Lá encontrei pessoas que me fizeram refletir que eu, meus colegas de trabalho e as pessoas que ali vão procurar soluções, são pessoas iguais e que precisam de atenção e carinho para que suas necessidades sejam atendidas com toda calma e sem pressa, pois nenhuma pressa ou técnica infalível substitui a paciência, para atingirmos a maravilhosa arte de sermos gente.

Como diz a música de Almir Sater: “Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso, porque já chorei demais... Como um velho boiadeiro levando a boiada eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou... Conhecer as manhas e as manhãs... pois cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”.

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