A segurança é uma necessidade primária sem a qual o homem não sobrevive, já dizia Maslow, mas a onda de assaltos que atinge Uberaba, de modo especial a Vila Olímpica e o Jardim São Bento, está causando revolta e indignação em seus moradores.
Se durante todo o ano pairou no ar aquela sensação de perigo e insegurança, nesta época de festas de final de ano, quem chega vem à cidade para passear, visitar parentes e amigos, fica assustado ao ler as manchetes nos jornais, que estampam diariamente a violência e atrocidades praticadas nos bairros, deixando escapar, de forma errônea, que a “bandidagem” tem o domínio completo em Uberaba.
Não deveria ser, principalmente nesta época do ano, mas continuamos expostos a informações sobre crimes violentos, como os homicídios, sequestros, estupros, latrocínios, roubos e outros delitos, não tão frequentes, mas de grande impacto social pela violência com que são perpetrados, como se fosse uma cartilha diária para espantar empreendedores, turistas, vestibulandos, estudantes secundaristas e universitários que deixam por aqui milhares de reais.
As notícias de que a violência sobrepõe a falta de estrutura e logística dos defensores da lei, cria um clima de insegurança cada vez maior, dando a entender que vamos encontrar um delinquente ao virarmos uma esquina ou ao abrirmos a fechadura da porta de nossas casas.
O medo está sendo impregnado no subconsciente, nos fazendo crer que toda sombra ou vulto que se move pode ser um bandido pronto para fazer mais uma vítima.
A população tem procurado fazer sua parte no combate à criminalidade, participando de forma efetiva de reuniões comunitárias e procurando colocar em prática as orientações na Rede de Vizinhos Protegidos, quando não, colocando câmeras de alta resolução e captação de imagens, mesmo noturnas, em suas ruas, ligadas 24 horas a uma central de segurança da Polícia Militar.
De que adianta todo este esforço das polícias judiciárias e da população, se o Poder Público Municipal não ajudar e ainda colaborar com a bandidagem, colando adesivos de cor alaranjada e vermelho, visíveis até à noite, avisando que o proprietário do imóvel está ausente?
Tal imbecilidade em pregar um adesivo avisando à bandidagem que o imóvel está sem ninguém vem sendo praticada por agentes da vigilância sanitária municipal de combate à dengue, ao visitar, sem prévio aviso, determinado imóvel, quando proprietários estão ausentes, no horário comercial, certamente por estarem trabalhando e não serem vagabundos.
É assustador chegar à sua casa, após horas de trabalho árduo, encontrar um marginal de longa ficha criminal, lendo o inaceitável adesivo feito de material de primeira qualidade, patrocinado com o nosso dinheiro recolhido através de impostos, de que o caminho está livre para ele praticar o furto, porque os proprietários daquele imóvel estão ausentes.
Queremos acreditar que se trata apenas de uma insensatez ou um comportamento irrefletido de algum dirigente e não um conluio de alguém com atitudes negativas, comunicando ao submundo, de que o caminho está livre para a prática de seus atos criminosos.