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Barba, cabelo e bigode

Que estamos em 2010, ninguém pode negar, mas que o ano novo irá começar no Brasil somente depois do carnaval, todos nós sabemos...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 18/01/2010 às 00:23Atualizado em 17/12/2022 às 05:48
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Que estamos em 2010, ninguém pode negar, mas que o ano novo irá começar no Brasil somente depois do carnaval, todos nós sabemos. No entanto, como todo início de ano, a tradição também não se resume nas “Folias de Reis”, bailes de réveillon e usar roupas de cores com significados supersticiosos na virada do ano, pois em janeiro, a tragédia das chuvas se repete, destruindo casas, famílias inteiras ficam desabrigadas, vidas preciosas são perdidas em desabamentos e desastres de todos os gêneros e espécies.   Enquanto poucos assistem os contrastes da vida nos noticiários, outros estão preocupados em se divertir e aproveitar as tradicionais “férias de janeiro”, pouco “se lixando” para o aquecimento global, a epidemia de dengue que assola a cidade, fezes lançadas no rio Uberaba, se aquela família consegue ou não viver com um salário menor que o miserável mínimo nacional... Graças a este desamor, à busca incansável pela pornografia barata publicada em incontáveis revistas de circulação nacional e exibida na maioria dos programas de TV, assim como a corrupção financeira, moral, política e profissional, que incorporam a maioria dos governantes e seus “auxiliares-sombras”, é que a desgraça, a destruição, a depressão, a violência e a maldição têm feito a “barba, cabelo e bigode” na vida de muitos descrentes egocêntricos e autoridades que, quando não pensam que são “semideuses”, acreditam ser o próprio deus.   Neste hiato temporal que antecede o carnaval, 2010 já demonstrou que a “Terra-Mãe” está descontente com seus filhos humanos, impondo à sua filha primogênita, a natureza, a função de aplicar o “corretivo” ao “bicho” homem, pela destruição desenfreada das florestas, da matança criminosa de animais, enfim, ser responsável pelo desequilíbrio ecológico tanto na terra, no ar e no mar. A natureza tem aplicado uma punição implacável, dolorida, visível e de grandes proporções em todos os cantos do planeta. São temperaturas incontroláveis e insuportáveis aos humanos, quer seja o calor ou frio, incêndios florestais, tremores, terremotos, furacões, ciclones, tempestades de vento, areia, chuva, granizo, neve e raios.   Mas porque devemos nos preocupar? Afinal não estamos na linha abaixo do Equador, “num Pá-Tro-Pi” abençoado por Deus e bonito por natureza!? “Mas que beleza”, mesmo tendo em fevereiro o carnaval, o “homem”, vendo, não consegue enxergar que a “Mãe-Natureza” já está pondo o Brasil no “banquinho de pensamento”, para refletir sobre a devastação e a poluição que está sendo solidificada por aqui. Os sinais vão desde os tremores de terra no Nordeste, as enchentes por todo o País, ciclones no Sul até a seca do Pantanal e Amazonas.   O Brasil tem dado passos importantes rumo à conquista de projeção na política mundial, mas somente será uma grande potência, quando for realidade: todos obterem o direito à saúde, ao ensino fundamental, secundário e superior; existir moradia digna; uma Justiça séria e forte para eliminar a corrupção; finalmente ter uma política eficiente e planejada para o meio ambiente. Enquanto isso, vivemos nesta eterna quarta-feira de cinzas como Pierrot no meio do salão, esperando o bloco de mais de mil palhaços passar com suas “máscaras negras”.           

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