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Chega de imbecis fantasiados de bons meninos...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 14/07/2014 às 10:05Atualizado em 19/12/2022 às 06:54
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Sentado no espaço gourmet de minha casa, pendurado nos pensamentos sobre a vida, imagens bailam pelos arranha-céus de dúvidas, como num redemoinho de encontrões e acotovelamentos.

Desde o jogo entre Brasil e Alemanha, a tristeza invade minha alma. Ninguém consegue disfarçar a tempestade que castiga o já tão massacrado país.

Se não fosse suficiente o massacre de uma goleada que tivemos que engolir, dando a “leve” impressão de corrupção no ar, além das punhaladas a que somos submetidos todos os dias, de irresponsáveis idiotas que não assumem nada, vem agora a conta do desatino de gastos desenfreados para a realização da Copa do Mundo, acrescida da "pizza" que é a crise que só se agrava e grava no peito de cada brasileiro, acompanhado do desespero, da tristeza, da revolta sem fim, da angústia de ter que engolir mais uma que traz outra e se tornam outras.

Ao saborear um pouco de água, com olhar fixo no nada, apesar dos meus sessenta anos me sinto como um menino procurando respostas para dúvidas e mistérios da vida; buscando a diferença entre a mentira e a verdade; lembrando os que passam por mim apressados, às vezes deixando recordações, outras, nem vaga lembrança.

Neste turbilhão de interrogações, ao som baixinho de uma música tocada no celular, para não despertar minha Regiana e meus filhos, uma frase de Chico Buarque fez com que meus pensamentos mesclassem entre as respostas e interrogações, diante de tamanha profundidade que as palavras pudessem atingir, ao dizer: "Como é difícil acordar calado se na calada da noite eu me dano, quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser escutado".

Ainda sob o eco das palavras entoadas, veio-me à mente que acabou a Copa do Mundo, mas estamos em ano eleitoral e já estão nas ruas aqueles pseudos revolucionários, com suas formas nojentas tentando transparecer como sendo o novo que o povo tanto espera; muitas vezes, apegando-se às imagens e pessoas que já faleceram, fazendo os incautos sonhar e depois cair de cara ao vê-los como realmente são, ou seja, raposa em pele de cordeiro, magnatas se fazendo de coitadinhos só para “roubarem” os votos que precisam para ganhar as eleições.

Levantei assustado ao lembrar que a maioria dos candidatos não merece nem o pão que sacia a fome. Estamos saturados de indivíduos que se escondem atrás de máscaras, fazendo-se de “bons meninos” apadrinhados por “X” ou por “Y”.

O que estamos precisando mesmo é de verdade. Não queremos mais os palhaços de sempre, cheios de burrice e idiotice. Chega de tantos bonecos ensaiados com palavras bonitas e lembrando feitos que não são deles, mas de quem não mais está aqui para desmentir.

Chega de imbecis fantasiados de bons meninos; para o inferno toda esta corja juntamente com seus asseclas e demais porcos que compõem o chiqueiro.

O dia amanhece e vou preparar o café para levar na cama para minha Regiana, mas com o pensamento cravado na vontade de lutar para que este País maravilhoso chamado Brasil deixe de ser esta grande lixeira, abrigando todo o entulho imoral, corrupto, soberbo e hostil, espalhado pelas Câmaras, Assembleias, Congresso, Ministérios e demais Poderes, começando em quem votar nas eleições deste ano.

 

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