ARTICULISTAS

Conviver pós-Covid-19

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 13/08/2020 às 18:15Atualizado em 18/12/2022 às 08:43
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Um encontro diferente pude ter neste último fim de semana com meu amigo Eurípedes Balsanufo, o poeta Balsa Melo, em que, depois de falarmos sobre política, família e correria do dia a dia, comentamos sobre o futuro pós-pandemia.

Com toda certeza comungamos com a ideia que foi iniciada uma crise generalizada provocada por um vírus e, desde então, o confinamento forçou-nos a voltar para o convívio permanente com as nossas famílias.

Por uns segundos nossos olhares se fixaram no vazio do tempo, fizemos silêncio até que, em voz transbordada da alma, meu poeta amigo ponderou sobre essa convivência por um tempo “quase” ininterrupto em nosso dia a dia.

Disse ele: “seria muito significante se não fosse motivo de controvérsia, pois a grande maioria reclamava da falta de tempo e, agora, com o excesso dele reclama por sentir-se vazia em meio às tantas horas disponíveis e, nisso, surge uma grande revelaçã pessoas perdidas no imenso oceano de suas vidas”!

- Mas Balsa, avaliei, temos que ponderar que muitos de nós acreditamos de forma positiva e amistosa na aplicabilidade da lei de causa e efeito na vida das pessoas, quando o atual momento da pandemia provocada pela Covid-19 terminar.

Em uma reflexão de segundos sobre o que lhe foi falado, sentenciou o poeta: “Com certeza... Neste viés do sentir, de oferecer, de aconchegar, e de distribuir... temos todo o tempo do mundo para olharmos para nós e, somente assim, podermos perceber tão grandioso é o Criador para nos trazer de volta para o convívio dos nossos lares”.

Continuou Balsa Melo... “Sustentadas por uma pandemia, as pessoas, certamente, entraram com medo, permanecem, ainda, com medo, mas haverão de sair melhores do que entraram. Assim é o sentimento que tem nutrido as minhas percepções para o novo homem que nasceu e que cresceu com a Covid-19.”

 E concluiu: “Benditas são todas as oferendas deste Criador, pois os movimentos impostos são os antídotos para as nossas curas, cada um, bebendo a dose que nos aprouver”!

Assim que ele se foi, ficou algo a mais em meus pensamentos, pois somos seres que buscamos possibilidades de relações com o outro, trazemos em nossa essência nossas vivências, desejos e anseios, assim somos a própria vida e as circunstâncias advindas dela... se não procurarmos uma convivência harmônica, não salvaremos a nós mesmos.

Marco Antônio de Figueiredo – Articulista e Advogado

marcoantonio,jm@uol.com.br

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