Para poder melhor entender este artigo, é preciso saber que “embromation”, “embromol ou enrolação” são termos globalizados para a fina arte de falar muito e dizer absolutamente nada.
Mesmo aparentando ser sinônimo do “embromation”, o “lero-lero” tem outras raízes, pois foi criada como expressão popular no Brasil por Rolando Lero, sendo moldada após ser aperfeiçoada por grandes pensadores e filósofos revestidos de presidentes, deputados federais e estaduais, quando não, de prefeitos e vereadores, assim como outros dirigentes classistas de maior ou menor prestígio.
Diariamente, deparamo-nos com políticos e dirigentes públicos fazendo o uso da palavra com o intuito de “embromar”, enganar, transformar a verdade em fantasia, o desperdício em desconhecimento, a incapacidade administrativa em desculpa esfarrapada, o crime em descuido, o volume injustificável da má gestão em “merreca” e o tsunami em marola.
Chega a ser frustrante para aqueles que gostam da política, alimentando alguma esperança na honestidade, quando se depara com a ausência do caráter e a manutenção dos marqueteiros, dos mestres do embuste, com o aumento dos jornalistas promotores da mistificação, defendendo o errado tentando transformar tudo isto em competência.
Afinal, o que podemos concluir é que vivemos num país do faz de conta, da enganação, onde o povo é pouca coisa mais do que nada, onde o “lero-lero” é regra geral onde, através da embromação, cada um quer ser mais esperto do que o outro.
Dá nojo ver a legalização do “lero-lero” e da “embromation” daqueles que são apanhados com a “mão na massa”, com a “boca na botija”, com as “patas na cueca” ou com as meias “gordas” e “empanturradas” de dólares, como os vampiros, os mensaleiros e ministros desviando dinheiro do povo e as autoridades somente observando os fatos.
Dá revolta ver o ladrão de galinha sendo levado para a penitenciaria enquanto o político e os “doutores” de colarinho branco fogem da lei assumindo cargos de governabilidade nas três esferas do executivo, sempre continuando a sugar a teta do poder.
Apesar da boa vontade daqueles que procuram abrir os olhos do Ministério Público e do Judiciário, continua por todos os cantos deste imenso território tupiniquim, a construção da ficção cinematográfica, com exibição intensificada neste ano pré-eleitoral, dirigida por “bajuladores”, “lambe-botas”, carregadores de malas, portadores de “meias & cuecas-cofres”, divulgada por corruptos que enchem os e-mails dos jornalistas com seus “press releases”, procurando livrar a “cara” daqueles que operam com ineficiência a gestão do dinheiro público. Afinal, vivemos no país da embromação, onde a máxima é “não faça amanhã o que se pode fazer depois de amanhã”.
Ultimamente, após o arrocho do Ministério Público quanto ao uso de jornalecos, pasquins e propagandas institucionais misteriosas, ditas “graciosas”, confeccionadas por gráficas de outras cidades e outros Estados da Federação, o que se tem visto é que os próprios dirigentes estão tentando convencer a população quanto à santidade e inocência de seus atos, fazendo uso indiscriminado de imagens fotográficas e respostas que vão do “lero-lero ao ‘embromation’”.