ARTICULISTAS

E agora?

Estamos assustados com este ódio que está crescendo entre pessoas amigas, parentes, colegas de trabalho, vizinhos, etc...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 21/03/2016 às 08:08Atualizado em 16/12/2022 às 19:38
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Estamos assustados com este ódio que está crescendo entre pessoas amigas, parentes, colegas de trabalho, vizinhos, etc., por causa dessa “politicagem imunda” e diante da disputa dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, para ver quem é mais forte ou quem pode mais.

Creio que por falta de estudar a história do Brasil República e desconhecer os governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique e Lula, as mentiras, criatórios de rãs, vampiros, ratos de esgoto e vermes que só querem sangrar os cofres públicos, é que muitos, sem saber por que, vão às ruas por mudanças.

E agora José, Mané, Maria, Zezé e demais brasileiros? E se o impeachment da Dilma se concretizar, quem assume? Sabemos que com a saída da Presidente, quem assume imediatamente é o vice. A Constituição de 1988, assim determina. Na impossibilidade de ambos, são chamados, os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, respectivamente.

Pelamordedeus!!!!! Vai que o STF anule as eleições! Aí que a coisa desanda de vez! Tirando o vice, quem estaria preparado para assumir a Presidência? Meu Santo Expedito, santo das causas impossíveis! É isso mesmo? Então parem as passeatas e as concentrações imediatamente! Vamos organizar o depois primeiro!

Vamos instalar a Operação “Banheira de Hidromassagem” para apurar as denúncias do Metrô de SP/CPTM, o afastamento de Ministros por beneficiar empreiteiras, o caso Ranário, a Operação Navalha, os Vampiros, os Anões do Orçamento, os Sanguessugas, Estatais, duplicações de estradas federais e estaduais, Pedágios, utilização de aviões da FAB, etc. e outros tantos etc.

Como disse Carlos Drummond: “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? E agora você que é sem nome, que zomba dos outros, que faz versos, que ama, protesta? E agora, José?

Basta buscar na memória que também houve comoção popular pelas Diretas Já e pelo impedimento de Collor. E depois... a alegria e a felicidade já existiram na empolgação, mas... pouco tempo depois...,"a festa acabou". Em seu lugar ficou a escuridão, o vazio que estamos vivenciando... o frio, o abandono e nós, os Josés, os Manés, as Maria vai com as outras... ficamos só. E agora?

Não basta pensar só no agora e que depois damos um jeitinho... que depois ‘a gente “tira também”, se for preciso’. Sejamos mais que os “Josés”, de Carlos Drummond, condenados pela sociedade ao esquecimento, sem a oportunidade de realizar as pretensões. Josés que gritam, mas acabam com sua voz sufocada pela empáfia e indiferença dos togados capitalistas, deixando-os arrastando pela vida sem saber onde vão chegar.

Como já disse Chico na época do militarism "tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá...” Cuidado!

Marco Antônio de Figueiredo

Advogado e articulista

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