O verdadeiro líder não culpa os outros, não reclama da dificuldade, ele age apresentando sua força de trabalho e buscando a solução
E se renunciar?
Pelo “andar da carruagem”, se fosse colocar no papel o que se tem para escrever sobre os acontecimentos nesta terra de Major Eustáquio e pelos rincões tupiniquins, daria para expressar em centenas de artigos ou em “conta-gotas” através de colunas por vários dias.
São festas, homenagens merecidas como do nosso colega imortal Jorge Alberto; a inigualável JM Magazine; “Os Inconsequentes”; inauguração do majestoso “Praça Uberaba Shopping”; entrega de casas pela Cohagra; mudanças políticas; inaugurações, abertura de inúmeras empresas; o basquete e o esporte em geral se destacando; venda recorde imobiliária etc. etc.
Mas, mesmo diante da demonstração de motivos para alegria, visão administrativa e crença na força do trabalho, ainda esbarramos em mentalidades frustradas, negativistas, “cri-cris”, que só sabem reclamar e culpar o “tal governo” que os próprios brasileiros ali colocaram. O que assusta é que são, na maioria das vezes, pessoas que pensamos ser esclarecidas, estudadas, diplomadas, algumas que até ocuparam cargos importantes e de chefia, mas que hoje demonstram pelo negativismo e desesperança, a inexistência da liderança em seu comportamento, pois, o verdadeiro líder não culpa os outros, não reclama da dificuldade, ele age apresentando sua força de trabalho e buscando a solução.
Não dá para aceitar que é tão difícil entender que ganhar pode significar abrir mão de muitas coisas. Nas revistas semanais e nos principais jornais, os artigos e comentários deixam bem claro que, principalmente na questão política, as pessoas não querem perder. Querem ganhar e ganhar... Até mesmo na “esquina do enjeitei”, “os poderosos” querem ter a última palavra e impor o último pensamento.
Mas precisamos entender que a vida não é um jogo, onde apenas se ganha ou perde. Existem mil nuanças no meio do caminho e a humildade deve existir.
Lendo um desabafo da professora, amiga e articulista Silvana Elias, num daqueles dias “de paciência limitada”, que veio de encontro a “essa tal humildade” que tanto precisamos... quando afirmou que: “humildade não é sinônimo de ingenuidade ou submissão... de recuo diante de divergências ideológicas ou políticas. Humildade é a capacidade de compreender que o outro também é capaz de pensar, capaz de agir e, principalmente, capaz de me superar em vários aspectos e em várias dimensões da vida. O outro existe e, pode ser tão bom ou melhor, que eu, você ou nós dois juntos! Seja humilde! Aproveite as diferenças do outro pra complementar suas lacunas, muitas vezes, intransponíveis!”.
João Ubaldo Ribeiro, em seu artigo “Precisa-se de matéria prima para construir um País”, também assim expressou: “... essa “esperteza brasileira”, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalos, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte... Eu me entristeço porque, ainda que Dilma renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que a suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos... Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer muita coisa. Está muito claro… Somos nós que temos que mudar... vamos melhorar nosso comportamento e não nos façamos de surdos e desentendidos”.
Marco Antônio de Figueiredo – advogado e articulista
Pós-graduado em Ciências Políticas pela UFSC
Marcoantonio.jm@uol.com.br