Estou ficando com náuseas diante dos fatos referentes a nossa Uberaba e também quanto ao comodismo reinante em nossos “representantes” políticos.
Combati o ex-prefeito Anderson Adauto durante os oito anos de mandato. Sei que houve fatos repugnantes em seu governo, mas, realmente, ele era o prefeito fazendo Uberaba crescer 50 anos em 8, com sua administração.
Persuasivo como era, incansável, autoritário, sem educação, e grosso na maioria das vezes, mas tinha as rédeas da administração nas mãos.
Fico meio atordoado em pensar, mas devido a péssima administração atual, a maioria da população de Uberaba está sentindo saudades de AA no comando da cidade. Estão cansados de desmandos, promessas não cumpridas, obras sendo empurradas “com a barriga” com aditivos e prorrogações.
Nos últimos 50 anos, em Uberaba nunca se viu tanta letargia, falta de comando e planejamento. Nunca se viu tanto blá-blá-blá e lero-lero e nada de realizações.
Tenho plena convicção de que se fosse Uberaba governada pelo ex-prefeito a fábrica de amônia já estaria em pleno funcionamento, com o gás vindo de São Paulo.
Não faz muito tempo, li um artigo de Ruth Moreira, sob o título “Estou com vergonha do Brasil” e me identifiquei com várias afirmativas ali inseridas, mas incluiria que também começo a sentir vergonha do desgoverno de nossa cidade.
Estou sentindo vergonha do dilapidar das empresas estatais como a Petrobras, Cemig e outras que também sobrevivem a serviço do poder.
Sinto vergonha de apadrinhados e incompetentes que só sabem mamar nas “tetas da viúva”, enquanto a população morre nas filas de hospitais, suicidando por não poder saldar seus compromissos diante das taxas de juros, enquanto os políticos se divertem e nada fazem. Ora, se eles são não desonestos, são incompetentes para o cargo que ocupam com toda pompa, altos salários e mordomias.
Dá mais que vergonha, dá revolta quando nos deparamos com hospitais degradados, a população, médios e pequenos empresários empobrecendo, com a falta de vergonha de certos políticos, com a sujeira e a miséria intelectual.
Estamos anestesiados e nem ligamos mais quando surge uma notícia de deputado votando pela permanência de um suposto corrupto e membro de quadrilha como chefe da nossa Nação, em troca de emendas para solidificar sua base política.
A população está calada diante das licitações estranhas, relações suspeitas entre o poder público e o setor privado, manutenção de secretários e ministros sob investigações, “dando corda” às negociatas e maracutaias.
Dá nojo ver empreiteiros e poder público na dança dos aditivos contratuais, os supersalários para motorista e “aspones”, enquanto professores não recebem nem o mínimo legal.
Chega! É deprimente ver o descaramento em se negar a dar explicações sobre situações comprometedoras de auxiliares acusados, confiando que na maioria das vezes, para “otoridades” que estão no poder, a justiça tarda e também falha.
Marco Antônio de Figueiredo – Advogado e Articulista