Ufa! Até que enfim a justiça deu um jeito nesta balburdia que se encontrava a política uberabense. A população já não suportava mais as asneiras e as picuinhas provocadas pelo egocentrismo e vaidades torpes de uma meia dúzia de “gatos pingados”, que se julgam donos da cidade e superiores a todos os cidadãos honestos e de caráter ilibado.
Mas, como tudo não é só perfume floral na vida de todos desta terra tupiniquim e colonizada por portugueses, os habitantes que se preparem para as dores dos espinhos, assim como massageiem seus ouvidos e pratiquem a paciência, pois vai começar o “Horário Eleitoral Gratuito” no rádio e TV. Tem coisa pior? Afinal, neste programa, candidato se torna personagem!
O que pensa a maioria dos brasileiros sobre a imposição ditatorial, “goela abaixo”, deste indesejável programa, é impublicável. Todos nós sabemos que o Horário Eleitoral Gratuito e obrigatório, é um espaço de tempo na mídia, dedicado a enganação em massa, criado por medíocres aproveitadores da política, com a finalidade de dominar a mente dos eleitores, querendo fazê-los acreditar em suas “promessas”. Em outras palavras, com raríssimas exceções, é a hora de desligar a TV e o rádio, para conversar com os amigos e parentes sobre o seu dia a dia, ou ficar olhando o teto da sala, contando os minutos até acabar o tempo de cada candidato apresentar o “blá blá blá”, para ver se ganha um voto.
José Simão, em suas crônicas, chama o Horário Eleitoral Gratuito de “Horário Enganatório Gratuito”, ou “Besteirol Gratuito”, expressando o pensamento da maioria dos brasileiros, principalmente quando afirma que “por pouco, só não é pior que a narração do Galvão Bueno”.
Mas, como é inevitável, já estou me preparando para ouvir candidatos expondo “seus planos e projetos para o futuro”, ou afirmando com aquela cara angelical e sorrisinho nos lábios, que “criará novos empregos” - me deixando “P”, pois ninguém faz plano ou projetos para o passado, muito menos, conseguirá criar emprego velho. E quando dizem “que vão falar a sua autobiografia”? Santo Deus! A autobiografia, só pode ser sua. E aquela célebre frase mencionando “querer ser prefeito na Prefeitura Municipal desta cidade e encarar de frente os problemas”. Para aguentar estas afirmativas, só batendo três vezes na madeira; alguém conhece algum prefeito municipal que não ocupasse uma prefeitura, ou alguma prefeitura que não seja de um município, ou outra forma de encarar sem ser de frente?
Bem... dos males o menor. Afinal, é bem melhor assistir ou desligar o rádio ou a TV no horário político do que ouvir, ver ou ler na mídia local, todos os dias, a mediocridade e a insistência imoral de alguns que não se cansam em querer “aparecerem” mais que os candidatos, verdadeiros astros neste período eleitoral.