Neste período pré-eleitoral, muito se fala que eleições são colheitas e que depende do semear...
Com todo respeito aos que pensam que eleição é igual uma propaganda antiga de adubo que dizia: “semeando, tudo dá”, discordo, pois não é da semente lançada que depende a colheita. É o solo que for escolhido para lançar a semente que determina o valor da semeadura.
Para enfrentar uma eleição, tem que ter os pés no chão e saber que a política não é lugar para quem não tem uma perspectiva adequada da realidade.
Acompanhando o dia a dia de vários pré-candidatos, através das redes sociais, alertamos que mesmo aqueles que revelam uma força de vontade extraordinária na busca de uma possível vitória, muito embora louvável, acabarão conduzindo a conhecidos caminhos e fronteiras do que é humanamente impossível.
Mas, infelizmente, o que está claro e de forma incontestável é que paira na atual atmosfera eleitoral uma brisa de intolerância que, precisamente por sua irracionalidade e pelo menosprezo com os valores básicos de educação e princípios étnicos, podem levar as eleições 2020 a consequências imensuráveis.
O que se nota também nos posicionamentos feitos pessoalmente, ou através das redes sociais, é que a grande maioria dos pré-candidatos se apresenta como aventureira, politicamente falando, sonhando e demonstrando uma ilusão caótica de como se comportar em uma campanha.
Muitos pensam e agem como se, sozinhos, pudessem executar todas as ações necessárias para conseguir ser eleitos, esquecendo-se de que somente através de um bom planejamento de campanha política, com a definição de uma equipe completa e variada, com membros que tenham diferentes habilidades e estejam em sintonia uns com os outros, poderão ter alguma chance.
Quem já acompanhou alguma campanha sabe que o primeiro passo para alcançar a possibilidade de uma vitória é montar uma equipe coesa, composta pelo menos de um coordenador-geral, um coordenador financeiro, coordenadores de marketing, redatores, produtores de marketing digital, roteiristas, coordenador de pesquisa, coordenador de militantes e cabos eleitorais.
Para aqueles que pretendem disputar as eleições, saibam que, ao entrar em um processo eleitoral, é como o curso de um rio.
Como diz Khalil Gibran: “antes de um rio entrar no mar, ele treme de medo... mas não há outra maneira, pois o rio não pode voltar... precisa aceitar sua natureza e entrar no oceano. Somente ao entrar o medo irá se diluir para saber que não se trata de desaparecer no oceano, mas de se tornar o oceano”.
(*) Advogado e articulista