Entre o desejo e a competência
Como é bom abrir os olhos e descobrir que Deus nos concedeu mais um dia de vida. Como é bom, receber telefonemas ou ler os artigos e crônicas dos amigos e mestres, Manoel Therezo, João Eurípedes Sabino, Guido Bilharinho, João Gilberto Rodrigues da Cunha e tantos outros, nos incentivando, trazendo palavras de conforto, de alegria e análise sobre o mundo, através da experiência de vida.
Esta boa companhia enche o coração de felicidade e, diante disso, não vou falar das tramoias que alguns políticos sempre planejam aplicar em companheiros. Como diria um amigo, são os bandidos das estórias em quadrinhos, onde o “Mancha Negra” e o “Clone” “puxa o tapete” do “João Bafo de Onça”, enquanto o “Lobo Mau com o Capitão Gancho” querem derrubar o “Charada”.
Não vou me preocupar em analisar esta festa à fantasia, vou analisar a felicidade de forma singular, como em um artigo deste domingo, ponderando as razões e o momento em que vivemos, ora como otimista, ora de forma pessimista.
Em minha busca sobre a razão e vivência da felicidade, encontrei que, para os radicais religiosos e monges budistas, felicidade é a busca do desapego, da reflexão, da aceitação de tudo que se apresenta aos olhos.
É vivenciar a oração de São Francisco onde a felicidade seria fazer o que tem vontade de fazer. Padre Prata disse certa vez no Pesque Pague Alegria, para meu filho Vitor, que para ser feliz basta achar a distância certa entre o que se tem dentro de nós e o que se quer ter, ou seja, é alcançar o equilíbrio, é encontrar a paz interior começando por definir o tamanho do nosso querer, pois é pura ilusão achar ou acreditar que tudo é possível, sem medir nossa capacidade e nossas limitações.
Após ler crônicas, artigos e comentários da inesquecível Terezinha Hueb de Menezes, Arahilda Gomes Alves - (artigo Porque chorar), Luiz Gonzaga de Oliveira, Jorge Alberto, Artur Costa, Antônio Artiaga, Andrade Júnior, José Humberto Henriques e tantos outros escritores, dá para chegar à conclusão que felicidade nada mais é que um elo entre nossos desejos e competências.
Por outro lado, não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade ambiciosa, em que uns podem e outros não podem realizar seus sonhos através das compras. Mas as pessoas são arrebanhadas pela promessa da felicidade eterna estampada nos comerciais de televisão, chegando a uma excitação tal, a ponto de endividarem incontroladamente, só para manter as aparências.
É o mundo capitalista... Onde o importante é criar, através da mídia, uma ilusão de insatisfação permanente com o que temos, para aumentar o desejo incontrolado de consumo, mostrando novas tentações e milagres que irão solucionar todos os problemas.
Assim, sem perceber, a maioria das pessoas acaba transformando o consumo no supremo propósito da vida em busca da felicidade.
Fico com os ensinamentos de Padre Prata quando diz que saber administrar a distância entre o desejo e sua competência, é o grande segredo da vida na busca e o encontro com a felicidade.
Marco Antônio de Figueiredo – marcoantonio.jm@uol.com.br