Indicado pelo amigo Padre Prata, estou lendo o livro “Década Perdida”, onde o autor Marco Antônio Villa faz uma referência à estagnação econômica vivida pela América Latina nos anos 80, época em se deu uma retração da produção industrial e um menor crescimento da economia. Durante as pausas da leitura, meus pensamentos se dirigiam, ainda que tentasse detê-los, a uma missigenação de ideias que faziam comparações da leitura feita a outros livros guardados na memória e situações reais do presente.
Tentando analisar o que contém o livro, verificando a situação econômica atual e os fatos políticos que acontecem neste segundo milênio, não dá para negar que os anos oitenta consolidou a década perdida em ternos econômicos, mas nos deixa dúvida quanto ao fator político.
Para melhor entender toda a situação e curiosidade que o Professor Padre Prata me despertou, fui buscar algumas contestações e explicações para melhor analisar, através do livro da cientista política Maria Izabel Mallmann, “Os ganhos da década perdida” (Edipuc - RS, 2008), onde a autora busca elucidar as contradições daqueles tempos, chegando mesmo a firmar que “a democracia foi um dos ganhos políticos da década perdida”.
Diante do quadro apresentado, de um lado erros cruciais de uma década, do outro, um quadro diferente, onde se encontra o lado “bom” dos anos 80, mas se olharmos com “olhos de lince” nas justificativas e afirmativas sobre os ganhos ou perdas, certamente chegaremos à conclusão de que não são tão opostas como acreditamos ser, logo na primeira leitura.
Ninguém pode negar que existiu uma queda e um “arrocho” na nossa economia na década de 1980, que gerou uma inquietação e uma insatisfação social generalizada, acarretando as passeatas e a pressão pelo fim da ditadura, através das chamadas “Diretas Já”.
Para ajudar a formar uma opinião segura sobre o assunto, separei alguns artigos e crônicas sobre a década de 80, dentre eles o que foi escrito pela cientista Sonia Miriam Draibe, “Qualidade de vida e reformas de programas sociais: o Brasil no cenário latino americano”, publicado em 1993, onde comenta sobre o fraco desempenho econômico do país.
Se observarmos, existe unanimidade quanto ao fracasso moral que infestou nossa sociedade política. Tudo isso acontece pela ausência de parâmetros morais sendo instituída a corrupção como fator “normal” do cotidiano e como objeto obrigatório para sobrevivência.
É uma pena que poucos brasileiros têm o hábito da leitura, pois isto ajudaria a estudar e refletir sobre a ética, a moral e as questões econômicas vigentes em nosso País.
Se preocuparmos com estes questionamentos, diante do que estou lendo e pesquisando, tudo indica que estamos no início de uma nova década pedida.