É madrugada e, estando sem sono, fico a pensar sobre esta semana nacional da adoção, que terminou no dia 25 próximo passado.
Adoção é algo que me enche de orgulho e paixão pelo fato de ter filhos biológicos e adotivos.
É indiscutível que ser pai ou mãe é mesmo um milagre da vida. Vida gerando vida é mais que poesia, é dádiva de Deus.
Mas, meu coração hoje pede para falar de pais que geram seus filhos no coração, assim como acontece biologicamente na barriga.
Muitas vezes não dá para imaginar a intensidade e a capacidade de amar que possuímos, de um ser que foi gerado biologicamente por outra pessoa, mas que amamos por dentro, na alma, no espírito e no coração.
Ah! Penso que somente quem gerou um filho no coração sabe que este órgão é um ventre que nos presenteia com estes seres que amamos mais que nós mesmos.
Daria para escrever uma crônica, um artigo ou mesmo uma poesia a maravilha do coração ser um ventre, capaz de gerar uma criança, duas ou várias.
Amar os filhos gerados pelo coração é muito mais que superar preconceitos, barreiras, imposições, é sentir na alma que Deus preparou em sua trajetória de vida que este ser seria seu, mesmo antes de nascer, para que você pudesse orientá-lo, amá-lo, mas, acima de tudo, também ele te ajudar a preencher os questionamentos que a vida nos impõe.
Sabe... acredito que, da mesma forma que adotamos um filho, também somos escolhidos por eles para sermos adotados, pois nos aceitam, nos dão amor, carinho, companhia, respeito, aquele olhar e comportamento de agradecimento e afeto.
A união e o amor que surgem através da adoção fazem com que possa eu acreditar que não é desse mundo, nem sequer desse universo, é como algo de outra vida, onde estivemos e vamos estar sempre juntos, criando um elo em que nós, pais e filhos nos tornamos um só amor.
Quantas vezes desejamos mudar o mundo e obter grandes conquistas ao longo da vida? Não sei responder a esta pergunta, mas posso responder sem ter um só segundo de dúvida que meus filhos adotivos ajudaram a mudar meu mundo e para melhor, muito melhor, ao acrescentar a um grande amor já existente, pois o amor que presentearam foi um amor gerado no peito e este vai além de traços físicos, condições genéticas ou qualquer outra questão.
Vocês, meus filhos adotivos, são frutos de um amor escolhido para acontecer. Saibam que barriga e coração não têm maior ou melhor, só têm amor, e que nossas almas se encontraram e estarão sempre juntas, pois o que Deus une, o homem nunca terá forças para separar.
(*) Articulista e advogado