ARTICULISTAS

Fragmentos de Saudades

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 09/02/2022 às 20:14Atualizado em 19/12/2022 às 00:03
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Madrugada chuvosa... o silêncio da madrugada só é quebrado pelo uivar do vento e o trinar das gotas da chuva que insistem em não me deixar dormir.

Levanto como se tivesse dormido o necessário sono reparador. Pego meu notebook para me entreter, brincando com as palavras, escrevendo versos, artigos e crônicas; noutros momentos, eu mexo com elas para esboçar fragmentos de saudades dos bons tempos que não voltam mais.

São saudades dos tempos de outrora e na época não valorizados da forma devida, mas com a intensidade que a idade e a experiência permitiam.

Tempo... conselheiro da experiência de vida e espelho das lembranças que aquece o corpo, afligindo a alma com a saudade.

O túnel do tempo me veio à mente focando em imagens de fatos que se passaram em minha juventude... até os dias atuais.

Relembrei meus poemas, cartas, rimas e letras de músicas escritos para aliviar a alma ou demonstrar o carinho e paixões que o tempo insiste em apagar e a alma aflora em momentos de reflexão.

Bons tempos em que pouco me importava se os versos saíssem tortos ou a contento, pois não tinha intenção de me tornar poeta ou escritor... o que tinha valor era o calor da emoção e da paixão expressa em versos, contos, artigos ou crônicas.

Um clarão acompanhado de um estrondo ensurdecedor me fez voltar à realidade, mas só por alguns instantes, pois algumas palavras estão começando a vivenciar novamente em minha mente...

A imagem de um festival em Uberaba do qual participei me faz recordar parte de uma música, que ficou em terceiro lugar, cantada por Lisete Resende, que dizia: Você, foi você meu amor, que tudo me ensinou o que agora sei, mas se um dia você for e me deixar, somente vão restar, cinzas de um amor...

Lembro também de uma música que foi premiada com o primeiro lugar em letra que em parte dizia: Se você um dia, do amor nunca ouviu falar, esteja preparada para tudo poder mudar; o amor é diferente, talvez inexistente, mas quando se pratica, esquece do próprio ente.

Como o tempo passou rápido... mas as emoções, a paixão e o encantamento pela vida só aumentaram. Por isso, continuo escrevendo crônicas, versos, artigos e músicas, nos quais me derramo para exteriorizar todo o amor e emoções como parte de mim mesmo, e, ao terminar, não me permito modificar uma só palavra, pois ali deixo de forma expressa momentos de minha existência como fragmentos de saudades eternas.

Marco Antônio de Figueiredo

Articulista do Jornal da Manhã

marcoantonio.jm@uol.com.br

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