Na semana que passou, o assunto principal em todos os jornais do mundo foi sobre a morte de Jean Michael Germaine Jackson ou apenas Michael Jackson. Para uns, um mega pop-star, ou um incomparável ídolo, enquanto para outros um “rei do rock” e campeão em vendagens de discos e causador de problemas. Na verdade não importa se foi isto ou aquilo, pois seu nome está eternamente marcado na “calçada da fama” e nos corações de uma geração que curte e idolatra, muitas vezes com fanatismo, suas músicas e o jeito exclusivo de dançar, chamado popularmente de hip hop. Michael Jackson assim como Elvis Presley, Raul Seixas, Frank Sinatra e uma incontável constelação de astros, sempre arrastou multidões e formou um exército incalculável de fãs por todo planeta, sempre carente de verdadeiros ídolos. Mas, afinal, o que é um ídolo? Segundo pesquisa feita, “ - ídolo vem do grego antigo εἴδωλον, que significa "simulacro", derivado de εἶδος, traduzido como "aspecto" ou "figura"; é, originalmente, um objeto de adoração que representa, materialmente, uma entidade espiritual ou divina, e, frequentemente, é associado a ele poderes sobrenaturais, ou a propriedade de permitir uma comunicação entre os mortais e o outro mundo”. Se observarmos, com cuidado, veremos que a banalização do termo “ídolo” se tornou uma constante nos últimos tempos. Toda pessoa comum pode se tornar “ídolo” de uma hora para outra. Podemos notar que um artista de televisão ao “fazer” uma telenovela ou representar em uma peça teatral, se torna ídolo ou vilão instantaneamente, dependendo do papel que ele representa na trama. Sua popularidade varia de acordo com o horário e o canal em que é projetada a novela, ou do número de ingressos que são vendidos para ver a exibição nos palcos. Da mesma forma se tornam ídolos instantâneos, os jogadores de futebol, os técnicos, os desportistas em geral, os professores, os colegas de turma, os parentes, os compositores, apresentadores e cantores. Até políticos e personalidades importantes já são chamados de "ídolos", quer seja no Brasil como na Índia, Estados Unidos e pelo resto do mundo. A banalização expandiu-se de tal forma que, os “astros” que verdadeiramente poderiam se tornar “ídolos”, despencaram da esfera divina para aterrissarem e se esborrachar na esfera humana, depois de uma aclamação popular quase espontânea, ou através da atuação da mídia. Com a aclamação e ascensão ao “título de ídolo”, estes seres se tornam objetos de adoração e devoção não-religiosa. Daí surge a idolatria que é, portanto, a prática de adoração de ídolos. Assim como Elvis Presley e tantos outros, com o tempo, o furor da idolatria e, o fanatismo dos fãs, vivido nos dias atuais, lamentando a morte de Michael Jackson, certamente passará e o esquecimento nestes casos, reinará de forma implacável em muitos corações, ora sedentos e cheios de lamentações. Sempre foi assim, e nada de novo aconteceu para mudar esta lei da vida. (*) advogado e articulista marcoantonio.jm@uol.com.br