Intolerância
Após participar de uma reunião na Secretaria de Segurança Social, com os Diretores Renê, Posturas; Ulisses, do Trânsito; Wellington Cardoso, Secretário; e, Adriana, Assessora; ouvir os relatórios; discutir estratégias para atender os requerimentos e reclamações dos munícipes, feitas através dos vereadores e empresários que procuram a Sedest, cheguei à conclusão que vivemos uma realidade agitada, onde estressamos e somos estressados o tempo todo, convivendo com a falta de paciência e intolerância reinante em nossa cidade.
Talvez essa falta de tolerância seja motivada pelas reclamações de todos os tipos, sendo a maioria, descabida e sem propósito, ou talvez pelos noticiários que entram em nossas casas e que há muito tempo espalham terrorismos e motivos para causar pânico e depressão ao mais simples mortal. Quem sabe seria pelo desconforto das mudanças climáticas provocadas pela imbecilidade humana e ganância financeira de certos administradores, mestres em “engambelar” os lorpas e analfabetos sociais com suas propagandas enganosas, espalhando usinas de álcool e açúcar neste sertão de bananas, que cheira a farinha podre.
Observem: por todo lado encontramos pessoas com os nervos à flor da pele, exalando pelo olhar e palavras, o estresse. No trânsito, basta uma buzinada de alerta ou para cumprimentar alguém, que logo logo surge da janela do motorista, aquele dedo central, “o maior de todos”, apontado para cima, acompanhado daquele famoso palavrão inenarrável neste espaço. Vez ou outra, surge uma briga, via de fato, lesões e até morte. Ficamos intolerantes a tudo e a todos. Até fezes de passarinho no teto de carro estacionado embaixo de uma árvore foi motivo de protocolar reclamação na Secretaria Municipal. Acham que é culpa do Prefeito.
Estamos em 2015. Dois milênios se passaram e nada de evoluirmos nas relações humanas. Para resolvermos qualquer discordância ou contrariedade às nossas vontades e desejos, usamos as mesmas técnicas dos homens das cavernas... o uso da força e das influências dos cargos e “padrinhos” poderosos, solidificando a globalização da intolerância.
Henry Drummond escreveu certa vez que, “por tornar a vida amarga, por destruir comunidades, acabar com muitas relações, devastar lares, tirar toda a exuberância da juventude e pelo poder gratuito de produzir miséria, a intolerância não tinha concorrente”. Realmente, a intolerância não tem concorrência.
Neste sertão tupiniquim, a cada quatro assassinatos, um é cometido por motivo fútil, por pura intolerância. O agressor reage sem pensar, por descontrole emocional. Os exemplos da história não servem de aprendizado. Nem mesmo o Holocausto foi suficiente para perceber que o ódio, falta de respeito por crenças, racismo e egocentrismo geram somente um ciclo vicioso de dor.
Qual a solução? O jeito é, diante de determinadas situações, parar 10 segundos para respirar e pensar bem antes de agir. Engolir nosso ego, nossa superioridade, nosso egoísmo, que nos faz achar ser o dono da razão e..., depois buscar uma solução. Já está passando da hora de tirar um tempinho para refletirmos sobre os ensinamentos de Mahatma Gandhi, que diz: Se você quer ver a mudança no mundo, comece essa mudança em si mesmo!
Marco Antônio de Figueiredo
marcoantonio.jm@uol.com.br