Lendo hoje um artigo de André Gonçalves Zipperer, pesquisador da USP, sobre a Covid, me fez refletir para os fatos atuais existentes em Uberaba e região.
Procurei fazer uma reflexão de forma neutra, sem vícios políticos de direita, centro ou esquerda, sem enxergar mágoas eleitorais ou derrotismo, e concluí que estamos rodeados de dúvidas devido a esse inimigo invisível que é a Covid-19.
Vejo que se torna necessário olharmos “acima das nuvens”, outras perspectivas, além do óbvio, e não somente para onde todos estão olhando.
É necessário analisarmos as macrotendências, adicionando mudanças e uma cautela quanto à incerteza em relação à retomada do consumo, focando as atenções para um renovar ou reinventar nos projetos de vida e negócios.
Li, não me recordo onde, mas comungo com o que foi dito, que nenhuma grande mudança acontece sem motivos, mas qual seria o motivo para tão grandes mudanças em nossas vidas? Comodismo? Consumismo? Comunismo? Populismo ou, simplesmente, uma teoria da conspiração?
Há mais de um ano vivenciamos tendências que se tornaram realidade muito mais depressa do que poderíamos imaginar, enfrentando uma crise sem precedentes, que afeta o mundo inteiro. Para sobreviver, tivemos que acelerar o passo e nos adaptarmos ao cenário atual.
O digital, que era futuro, virou imediato; nossas rotinas e hábitos sofreram impactos alarmantes e nossos negócios e decisões comerciais agora são tomados em “home office”; compras são por e-commerce ou de forma delivery, e passamos a conviver em família de forma mais intensa, não mais somente nos períodos de férias.
Mas... paira uma dúvida no ar. E essas transformações até quando vão durar? Todas ou só algumas farão parte do nosso cotidiano daqui para a frente?
Isto só Deus sabe! O que sabemos é que precisamos nos posicionarmos à frente dos acontecimentos, às vezes até mesmo além da nossa própria capacidade. Olhar no retrovisor da vida e enxergar o resultado de forma positiva, conquistada pelo suor e garra do dia a dia.
Sei que pouquíssimas pessoas estarão dispostas a pagar o preço do risco de perder tudo ou dar a cara a tapa, procurando o caminho mais curto e menos arriscado, mas poucos terão habilidade para essa visão acima da média, que enxerga além do que todos veem e viverão à margem das sombras, seguindo apenas as tendências do que te falam para fazer.
Para encerrar, penso que essa pandemia veio para que possamos rever tudo, ter forças para alcançar o melhor, preparar para o pior e aceitar comodamente o que vier, ter método e dinamismo para testar e, se errar, fazer novamente melhor e de forma ágil.
Marco Antônio de Figueiredo - Articulista e Advogado - marcoantonio.jm@uol.com.br