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Jornalista e Jornalismo

Marco Antônio de Figueiredo fala sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:06
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Neste mundo de inércia em que vive os brasileiros, na era pós-ditadura, não dá para se calar diante de mais este erro infantil da mais alta Corte do Judiciário Tupiniquim. Não dá para comungar com o silêncio dos acomodados, dos incultos, dos “analfas” de pai e “betos” de mãe e parteiras, que não sabem diferenciar e reconhecer a importância de um profissional preparado e diplomado para o exercício de suas funções.

 Chega a ser revoltante a situação em que o Supremo Tribunal Federal deixou os profissionais do jornalismo. Se não bastasse estarem eles sendo engolidos pela digitalização dos meios, agora, através de uma decisão final e soberana do STF, todos aqueles que estudaram a importância da ética, do direito, das regras e princípios básicos do conhecimento para exercerem com dignidade e competência a profissão de jornalista, foram jogados numa mesma vala, tornando-os “uns grandes quebra galhos” da comunicação.

Como profissional do direito há mais de 30 anos, me sinto envergonhado com tal decisão, pois sabemos que existem inúmeros meios de exercer a liberdade de expressão, diferentemente do exercício profissional do jornalismo. Dentre as formas diferenciadas destacamos os articulistas, os poetas, os romancistas, os colunistas, cronistas, etc.

Mas, um jornalismo sério e profissional, somente aqueles que enfrentaram os bancos escolares e universitários poderão fazer.

Nenhum articulista, colunista, poeta ou romancista terá o conhecimento e a “ginga” daquele profissional que dedicou parte de sua vida em estudos universitários e estágios direcionados ao exercício profissional de jornalista, para fazer uma reportagem ou um editorial.

Não dá para aceitar que estes profissionais da cultura e da notícia sejam escarnecidos de forma em que suas vidas, um dia, conforme determinados interesses, a pauta é sobre flores, no outro são colocados sobre suas cabeças somente os inseticidas.

Não dá para aceitar que esmaguem a auto-estima profissional, dessa forma, de milhares e milhares de jornalistas sérios e competentes por todo este rincão “tupiniquim”.

A decisão tomada pela Corte Máxima do Judiciário Brasileiro fez com que milhares de bons profissionais do jornalismo brasileiro se sentissem perfeitamente dispensáveis na sociedade, fato este inaceitável e mentiroso. A verdade é que, a exigência do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista, é indispensável, evitando que enganadores e aproveitadores sem preparo e cultura, que só pensam em aparecer a qualquer custo, sempre distorcendo fatos que prejudiquem aqueles que exerçam o sagrado ofício de bem-informar, com ética, preparo e eficiência.

 São os JORNALISTAS PROFISSIONAIS as vozes dos fatos, os responsáveis em conscientizar, alertar toda a sociedade sobre o que aconteceu e está acontecendo neste momento aqui, e, em todo lugar. Somente um jornalista profissional consegue fazer o verdadeiro jornalismo e, conforme diz Carlos Chaparro, “o verdadeiro e puro jornalismo tem tudo a ver com a vida. Porque aquilo que é notícia só é notícia porque tem algum potencial de transformar a realidade. Então, o jornalismo não lida com o efêmero, o jornalismo lida com a transformação”.

(*) advogado e articulista

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