Os leitores do Jornal da Manhã que no dia de ontem tiveram o privilégio de lerem o artigo, “Natal da saudade”, escrito por Padre Prata, vão comungar agora com meus pensamentos.
Ao ler e reler o artigo sobre o natal vivenciei as afirmativas ali inseridas, sobre aquela melodia tão suave que enchia o ambiente de paz e os nossos corações de doçura. Antigamente no natal vivíamos uma noite feliz. O Menino Deus nascia em nossos corações. Havia oração e respeito. Não havia bebedeira nem comilança. Mas, ao continuar a leitura meu semblante mudou diante da realidade. A reflexão sobre as verdades do cotidiano explodiram e arrebentaram as amarras que seguravam a saída da torneira lacrimal.
Realmente meu amigo Padre Prata, “Hoje é muito diferente”. Perdeu-se não só a inocência. Perdeu-se mais que isto... Foram a consciência, o respeito, a vergonha, a educação, o calor do Manto Sagrado, o olhar e a proteção Divina ao transformarmos a fé em negócios lucrativos.
Dentro da sabedoria adquirida em seus 90 anos de vida, Padre Prata enxergou mais que os jovens oftalmologistas, ao afirmar que hoje “o mundo é dos espertos. Dos velhacos. Descobriram que aquele Menino dava lucros. Roubaram a festa que era dEle. No lugar botaram um velhote gorducho com cara de bobo, vestido de vermelho, barba imitando neve, gagá, um paspalhão tomando Coca-Cola, fazendo gracinhas, mentiroso, enganando as crianças e vendendo ilusões”.
Segui seu conselho, junto com a esposa e dois filhos menores, fui passear pelo shopping, no sábado aqui em Uberaba e no domingo, em Ribeirão Preto. Realmente, não vi um só sinal da presença daquele Menino aniversariante, que com a “modernidade e imposição da globalização”, “foi expulso de nosso meio, de nossas casas, restando a saudade e a dor”.
Ao andar pelos corredores dos shoppings senti uma sensação estranha como se o amor anunciado através da Estrela de Belém há 2013 anos atrás, estivesse afundando junto com o chão por onde andávamos, pois todos seguiam sempre o mesmo rumo, a mesma rota, os mesmos rostos, são vidas que cruzam rapidamente entre si, cada uma afundando seu próprio chão, buscando comprar presentes para os filhos, amigos, funcionários, ou mesmo para aqueles com interesses comercias, sexuais etc.
Prezado Padre Prata, sei que o certo é que deixemos os outros viverem a vida deles, da maneira que eles entenderem, mas também aprendi que devemos ser sinceros, verdadeiros, leais e corajosos o suficiente para alertarmos quanto ao certo, mostrando o caminho já trilhado por nós, colocando outras almas a favor do vento, plantando a coragem de ser diferente, mostrando como se amassa o barro da vida e criando a vida em semelhança à que Deus projetou para nós. Assim, começamos por ensinar que o Natal é a festa de aniversário do Menino Deus, que é a nossa Luz, Verdade e Caminho, pois ninguém vai ao Pai senão por Ele. Isto é Natal! Que todos uberabenses, e demais cidades do mundo, possam receber a Benção e a Presença do Aniversariante em seus corações. Amém!