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Meu amigo José Wagner

Li, certa vez, que é bom parar por um instante tendo como companheiro o silêncio, escutar a falta dos sons...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 20/03/2017 às 07:57Atualizado em 16/12/2022 às 14:31
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Li, certa vez, que é bom parar por um instante tendo como companheiro o silêncio, escutar a falta dos sons, fechar os olhos e começar uma viagem para um lugar onde apenas você mesmo pode te levar.

Ir de encontro a um lugar lindo, cheio de respostas para as perguntas da vida, pouco conhecido, onde apenas você e Deus conseguem entrar, para perceber que a humildade é uma qualidade dos grandes.

Realmente a madrugada é o melhor momento para ir de encontro com seu próprio eu e mesclar os fatos do cotidiano.

Parei por uns instantes e me veio à memória um amigo e companheiro de discussões políticas, José Wagner Maia.

Lembrei-me agora dos sábios ensinamentos de Saint-Exupéry ao afirmar que “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...”. Sim, somos responsáveis pelos vínculos que criamos ao longo da vida. Cativar... Criar laços e você, meu amigo Zé Wagner, nunca foi como aqueles que abandonam os amigos e companheiros, como se em nenhum momento houvesse cativado.

Com o tempo aprendemos que nada substitui um companheiro perdido. Ninguém pode recriar velhos companheiros. Nada vale o tesouro de tantas recordações e tantas conquistas e trabalhos realizados, nada substitui a perda de um amigo e companheiro como você.

Relembrando nossas reuniões, suas opiniões sérias, ponderadas e às vezes críticas, dá para concluir que nada pode reconstruir esses momentos, por não encontrar companheiros como você, que sempre nos cumprimentava com um sorriso e uma amizade sincera, como o tronco de um carvalho, o qual podia contar com o abrigo de suas folhas.

Meu amigo Zé Wagner, o tempo em que nós e alguns outros companheiros de jornada tivemos a alegria de compartilhar a amizade, sempre buscamos a vitória e o melhor para esta terra de Major Eustáquio.

Grande amigo, as pessoas podem até esquecer o que você disse, podem até esquecer o que você fez, mas nunca esquecerão o que nos fez sentir.

Mas, infelizmente, diante da vontade de nosso Criador, algumas dessas árvores são arrancadas sem um aviso sequer tirando suas sombras, deixando o luto e a saudade daqueles em que, de forma recíproca, era depositada a fidelidade de uma amizade sincera e a garra de um companheirismo leal.

Zé, onde quer que esteja agora, pode ter certeza que sempre foi e será um companheiro ímpar, que soube cativar seus companheiros de jornada.

Descanse em paz, meu amigo, e volto afirmar o que te disse tantas vezes: é muito bom ter um amigo como você.

Marco Antônio de Figueiredo – Advogado e articulista

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