ARTICULISTAS

Meu “Sócio”

Hoje acordei saudosista, não me permitindo escrever sobre política...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 22/02/2016 às 07:49Atualizado em 16/12/2022 às 20:00
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Hoje acordei saudosista, não me permitindo escrever sobre política, mesmo tendo a inspiração dos perfeitos artigos “Deserto de Nomes” e “Rouba, mas Faz”, escritos por Marília Montes Cordeiro e Marcia Moreno Campos, respectivamente, no Jornal da Manhã, nos dias 20 e 21 deste mês.

Mas hoje vou falar de uma sociedade diferente, de uma empresa mais que virtual e sentimental, onde existem cotistas espalhados por todo o Brasil, cujas ações valorizam cada dia mais, mesmo não podendo dimensionar em valores reais. Uma empresa que funciona há praticamente 35 anos, onde não existem presidentes e subalternos; onde a produção final depende de cada um e de todos ao mesmo tempo; onde as crises que surgem são resolvidas independentemente da proporção, da dor ou da distância onde os fatos surgiram.

Tudo começou quando um grupo de colegas de faculdade fez um encontro e me chamou, já avisando que entenderiam se eu não fosse, mas larguei minhas emergências empilhadas na mesa do escritório e fui receber e distribuir a atenção que me era dedicada. Os encontros foram se repetindo uma, duas ou mais vezes por ano, nestes últimos 30 anos. É certo que a tecnologia de hoje dá mais chance à amizade, pois agora temos mais canais e assim reencontrei pessoas virtualmente que a distância física tinha afastado, permitindo redescobrir afinidades, trocar lembranças de fatos passados e ressuscitar amizades dormentes, graças ao mundo digital. Sei que hoje em dia estamos todos ocupados demais, correndo, cuidando das emergências da vida, mas nesta “empresa” de propriedade dos sócios denominados “trintões” não existe a desculpa de que está sem tempo para os amigos, porque lá a amizade é levada a sério, é uma coisa a qual se dedica tempo, nervosismo e amor...

Hoje, lendo o que foi escrito por Pedro Bial sobre o amor entre amigos, lembrei-me de um dos “sócios”, quando afirmou que amor de amigo é diferente, não precisando estar com a gente o tempo todo, porque ele vence a distância, não tem fim, muito pelo contrário, se multiplica.

Este “meu sócio”, chama-se Luís (com “S”) Fernando Pacu de Freitas, que gosta de dizer que usa pijama de bolinhas; é diferente porque não se importa com minhas risadas altas; desliga das preocupações quando estamos sentados ao redor da grande mesa do “nosso rancho”; presta atenção aos causos e estórias que são contadas por todos ou por meu afilhado Marcelo; ri das piadas do Julião; das reclamações do “furão” Cristiano; dos relatos do Ló e participações do grande grupo de amigos fiéis, que ele faz questão de reunir para apreciar a maravilhosa vista do lago da represa de Volta Grande, que banha a cidade de Miguelópolis.

Meu “sócio” Luís Fernando, todas as vezes que nos reunimos neste “nosso rancho”, que na verdade é um pedaço do paraíso, assistimos do nascer ao por do sol, o sentimento de que cada um dos cotistas da “empresa dos trintões” tem um espaço guardado na memória e no coração porque somos verdadeiros amigos e “amor de amigo não se cansa de amar”.

Marco Antônio de Figueiredo – articulista e advogado

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