Simplesmente amigos? Como poderia definir uma amizade que perdura por mais de 30 anos
Meus amigos ‘trintões’!
Simplesmente amigos? Como poderia definir uma amizade que perdura por mais de 30 anos, como se iniciada a poucos dias, nos bancos universitários, entre pessoas de regiões brasileiras diferentes, crenças religiosas diferentes, objetivos diversos, de opções esportivas diferentes, sem contar os costumes e criações diferentes? Quem teria o poder de permanecer nesse status por tanto tempo?
Como um dentre diversos ex-professores dessa turma de amigos, denominados “trintões”, metido a “escrevinhador” que sou, vou expressar minha visão pessoal do que vi e usufrui no encontro entre “estes meninos”.
Coloco-me em situação suspeita, pela admiração e respeito que tenho por esta turma de formandos em Direito, dos anos 1985/1986. O que me move a escrever sobre eles, é o fato de conservarem uma amizade sincera.
Ao reencontrá-los vem à lembrança cada um dos episódios marcantes dos churrascos daquele período dos anos 80, da juventude, da figura dos alunos e mestres, como Wilson Abadio Fontoura, Lídia Jordão, Aluízio Ignácio, Dr. Ariovaldo, Aleixo Vasques, João Fatureto, Dr. Luciano, Haroldo Toti e tantos outros, que ora se destacavam pelo rigorismo, ora conquistavam pelo carinho.
Dias atrás, essa turma de ‘trintões’ se reuniu na casa do Dr. Marcelo Genari, e a confraternização, que quase se tornou uma rave, foi uma maneira de recordar os tempos de outrora. Em quase todos os presentes, a memória insistia em mostrar o fim de nossa disposição jovial, ao tentar pegar um engradado de cerveja e as costas doerem; mas nossa arrogância fez com que não só levantássemos o engradado, mas também ajudássemos a esvaziá-lo entre brindes, lembranças e gargalhadas.
Era como se 30 anos não tivessem passado. A alegria nos rostos comprovava. A maioria dos presentes ocupa hoje diferentes ramos de atividades. Alguns são destaques na Magistratura, no Ministério Público, na política, na literatura, na advocacia e no serviço público. Trinta anos se confundiram em um único dia e, como em um passe de mágica, tudo se transformou. Ficou mais uma vez a saudade e a certeza do reencontro em Foz do Iguaçu, em novembro, sob a coordenação do Abner Wandemberg Rabelo.
Conviver com este grupo de ex-alunos, com seus trinta anos de formados, fez-me lembrar das palavras de Albert Einstein ao afirmar que “Pode ser que um dia deixemos de nos falar. Pode ser que um dia o tempo passe. Mas se a amizade permanecer, um do outro há de se lembrar. Pode ser que um dia nos afastemos. Mas se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará. Pode ser que um dia não mais existamos. Mas com amizade, nasceremos de novo. Pode ser que um dia tudo acabe. Mas, construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos, e de que nos lembraremos para sempre”. Assim, queridos ‘trintões’... Em qualquer lugar onde estejamos, é impossível estarmos sozinhos, pois já carregamos na memória a companhia e a esperança alegre do reencontro. Por isso, nada de despedidas, nada de adeus, só um simples ATÉ BREVE!!!
Marco Antônio de Figueiredo – Advogado e articulista.