Durante esta semana escrevi pelo menos cinco artigos comentando o “mexe e remexe” nas cadeiras e siglas partidárias, após ouvir comentários de vários analistas políticos sobre as obras do novo shopping; dos terminais de ônibus; dos compromissos com o governo municipal; dos “conchavos” daqueles que se dizem fiéis e tramam nos corredores; daqueles que gostam de se reunir às portas fechadas, excluindo companheiros que lhe são leais, mas vou guardar todos estes relatos para analisar com mais calma, pois da forma em que se encontram, tornam-se impublicáveis.
Além da dança dos políticos e os artigos publicados na semana que findou no Jornal da Manhã, como o do articulista Dr. João Gilberto Rodrigues da Cunha, que me fez refletir sobre o sangue fétido que está escorrendo diuturnamente na mídia, que preocupa em destacar somente crimes, estupros, pedofilia, traição, sequestro, mortes violentas, acidentes automobilísticos com imagens de pedaços de corpos, facas fincadas nas costas, incendiários e zumbis dependentes de craque; um fato também serviu de inspiração ao título deste artig a interminável obra da avenida Leopoldino de Oliveira, perto do “Uberabão”, que está parecendo aquela música, “mexe, remexe, procuro, mas não vejo...”, ficando somente no “mexer e remexer” de montes de terras, poeira e tumulto no trânsito.
Trazendo todos os fatos para nossa realidade, pouco muda quanto ao cenário nacional com esta desenfreada criação de novos partidos, deixando as pessoas perplexas, pois sabem que isso em nada colabora para que se punam os corruptos, impregnados no contexto político nacional.
Estamos assistindo de camarote à fuga de determinados políticos, somente interessados em se elegerem ou reelegerem, criando novas siglas, normalmente orientados por derrotados nas urnas das últimas eleições, que fazem questão de permanecerem “à sombra”, embora fique visível que quanto mais se mexe e remexe no “caldeirão” que aí está, tentando encobrir o lamaçal dos escândalos públicos e políticos denunciados pelo Ministério Público, mais emergem os detritos da corrupção e imoralidade de lobistas, administradores de empresas e intermediários de negócios escusos, envolvendo ex-secretárias, ex-mulheres, secretários e tesoureiros de partidos políticos.
Sempre existe um que participa das reuniões a portas fechadas e comenta o que lá foi tramado, escancarando como se pratica as falcatruas, onde tudo é “combinado” sem disfarces, operando as tramóias abertamente entre corruptos e corruptores, quando discutem sobre o manuseio do dinheiro público, levando-nos a terríveis reflexões.
Preocupa o que pode acontecer nesta terra de Major Eustáquio, onde políticos perdedores e rancorosos, cuja “caneta do poder” já “está sem tinta”, tentam arrejimentar seguidores na “base” dos ensinamentos de Maquiavel, criando novas siglas, usando “borra botas” que se submetem a serem “capachos” e submissos às imposições, deixando no ar, novamente, uma nuvem de insegurança para os fracos que ficam fadados a derrota nas urnas nas proximas eleições.
Lutamos por um novo tempo, onde uma grande maioria quer extirpar da vida pública aqueles que maculam a imagem e a credibilidade deste povo ordeiro e trabalhador, excluindo os corruptos através de processos pela apropriação de recursos que deveriam ter sido utilizados para o bem público.
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista e Advogado
Pós-Graduado em Ciências
Políticas pela UFSC
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