Hoje, 25 de novembro, Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher, data escolhida devido ao assassinato das irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que se opunham à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana.
Nada justifica cometer violência contra a mulher! Não precisa ser poeta ou sonhador para saber que a mulher foi feita para as flores, para o deleite do mar, para a ternura dos filhos, para viver o sonho de amar, para a felicidade, para ser o centro das atenções, pois tem um brilho interior que ilumina o seu caminho para a vida.
Mulher tem o poder do ventre, gera vida, cria o mundo para os seus, ensinando com dedicação, amor e resignação aquilo que a sabedoria genética lhe ensinou, é a comprovação do acerto da criação humana feita por Deus.
Causam-me nojo as justificativas do injustificável, muitas vezes apresentadas, tentando amenizar a violência praticada, seja ela o assédio, a violência doméstica, o estupro, o feminicídio ou a violência obstétrica.
Estudando a respeito, fica claro que a violência doméstica não é somente fruto de um infortúnio pessoal, de uma má escolha ou de azar.
Ela tem bases socioculturais mais profundas, levando mulheres que rompem a barreira do silêncio e decidem denunciar ou buscar por justiça a sofrer com maior intensidade a reação da estrutura de desigualdade de gênero no desencorajamento, na suspeita lançada sobre a própria vítima.
Não tem como negar que as causas que produzem o efeito violência são estruturais, históricas, político-institucionais e culturais.
Desde os primórdios, o papel da mulher foi limitado ao ambiente doméstico, uma propriedade de domínio particular do homem, não estando sujeita a uma legislação de direitos iguais; mulher era enxergada como uma propriedade particular, sem direito à vontade própria e sem direito à cidadania, forjada nos espaços públicos.
Não é fácil ser mulher nos dias de hoje. Mas já foi muito pior.
Uma coisa é certa: nunca antes as mulheres buscaram tanto o seu real lugar na sociedade como nos últimos 50 anos.
Nas últimas décadas, sem sombra de dúvidas, existe um crescente libertar desse pensamento, mas, infelizmente, ainda vemos no inconsciente coletivo, onde as próprias mulheres repetem padrões de diminuição da própria capacidade ou de julgamento de si mesma e das outras mulheres que buscam espaço na política e em profissões antes ocupadas somente por homens.
Que no nosso calendário emocional e no subconsciente tenhamos todos os dias o propósito do dia 25 de novembro... afinal, a mulher deve e merece ser vista como natureza em forma de esplendor... sinônimo de encantamento e magia da existência.
Marco Antônio de Figueiredo
Articulista e advogado
marcoantonio.jm@uo.com.br