ARTICULISTAS

Mulheres na política

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 24/09/2020 às 19:40Atualizado em 18/12/2022 às 09:45
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O caldeirão político ferve aqui pelas “bandas” da terra de Helena de Brito que, em 1951, foi a primeira mulher eleita vereadora em Uberaba.

Já se passaram 200 anos e Uberaba não teve, até agora, uma mulher ocupando o cargo de prefeita, quase 700 vereadores homens e somente 9 mulheres como representantes na Câmara Municipal.

Em 2020, Uberaba precisa renovar e evoluir, marcando a presença da mulher na política, não só por questão de direito e igualdade, mas de sensibilidade.

As estatísticas comprovam que a mulher, hoje, já chefia quase um quarto das famílias brasileiras, que precisa e deve, cada vez mais, participar da vida política.

Quando falamos em participar da vida política, não nos referimos apenas a se filiar a um partido ou ser uma simples pré-candidata, mas, principalmente, participar da luta social, da política, de modo geral, se impor, ter opinião, ser guerreira, não ser submissa, manter a palavra, não se vender aos caprichos e promessas, enfim ser mulher no mais íntimo da palavra e conceito.

 Também vemos que, muitas vezes, a mulher que se mostra pré-candidata, não consegue concorrer segundo as mesmas regras dos homens candidatos, porque dentre as dificuldades encontradas para uma maior participação na política, destaca a falta de apoio financeiro e de recursos materiais para as campanhas, colocando-as, também nesse momento, em situação de desvantagem em relação aos homens.

O que vemos de forma clara e inegável pelos lados da terra de Chico Xavier, é que o preconceito e machismo prevalecem em matéria de aceitação da mulher em ocupar cargos de destaque, tanto na iniciativa privada, pública e principalmente política.

Quantas mulheres são presidentes de partidos na terra do Zebu? A verdade é que os partidos ainda resistem em elevar, valorizar e incentivar a mulher, quando não exploram sua imagem e depois puxam seu tapete, oferecendo “barganhas” em forma de promessas e sabe-se lá mais o quê.

Por quê? Porque, possuídos de uma mentalidade tacanha, preconceituosa e machista, não acreditam na campanha da mulher, investindo mais na campanha do homem. Essa é a realidade.

Pedimos a Deus que abençoe Uberaba nestas eleições 2020, que possamos alcançar a igualdade, transformando nossa cultura, o exercício do poder, aceitando também a postura feminina, que age de forma ética, sensível, solidária e democrática. Dessa forma, poderemos contribuir e dar um novo tom a este processo e à cultura política em nossa cidade.

Para finalizar devemos refletir: Mulheres não dividem o ônus e a responsabilidade na construção de Uberaba? Então por que não dividir também a posição de decidir sobre o destino desta construção? A hora de renovar e mudar é agora.

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