Entramos na reta final desta campanha eleitoral. A que conclusão se chega?
Durante os últimos dias fomos massificados por propagandas, judicialização eleitoral, falsas denúncias, renúncias, puxadas de tapetes, discussões inaceitáveis, críticas infundadas, imposições e falácias mentirosas como se verdades fossem, além da criação de grupos nas redes sociais com todos os tipos de opiniões, do mais alto gabarito até o besteirol e expressões de baixo calão.
Encontramos analistas com posições corretas que servem para engrandecer os planos de governo, até donos da verdade que jamais aceitam opiniões contrárias, alegando “ter tempos de janela”, mas vividos sob um olhar caótico e míope.
A maioria quer ter razão, aceitando críticas desde que nada seja contra seu candidato. Caso contrário, usa-se uma verborreia grotesca, contestando através de afirmativas, como se a verdade fosse apenas um princípio abstrato.
Normalmente, os donos da verdade imposta nas análises dos grupos das redes sociais esquecem que a razão deve ser refletida pelos atos, exigindo a pesquisa, a discussão dos prós e contra, aceitar argumentações consistentes, ter a busca do sentido, desalojando tramas cautelosamente arquivadas.
Aprendi, nos bancos universitários, com os mestres Juvenal Arduini, na matéria de Sociologia, e Humberto Theodoro Junior, na de Direito Civil, que a razão dialoga, elucida, expõe, descortina, motiva, enquanto o poder manda, proíbe, reprime, pressiona e subordina.
Tivemos a oportunidade de acompanhar debates entre analistas políticos, em um grupo de WhatsApp, em que se discutia o posicionamento dos atuais candidatos, destacando que entre os principais prováveis vencedores da disputa eleitoral estes seguem linhas distintas, pois, enquanto apontam equipes com tendências a exercer a administração, caso ganhem, com excesso de poder e autoritarismo, com tendências a instrumentalizar a razão para conquistarem e preservarem interesses pessoais e grupais, também mostram os analistas a existência de outros grupos que usarão o poder racional, ou seja, respeitando a razão sobre o poder, não usando do poder sobre a razão.
Acatando com respeito opiniões contrárias, nestes mais de sessenta anos bem vividos, acompanhando eleições diretas, indiretas, ditaduras e semidemocracias, facilmente chegamos à conclusão, após lermos comentários, assistirmos debates, entrevistas e fofocas de todos os jeitos e trejeitos, de que não há como negar ou sonegar a verdade patente desta realidade escancarada, dos fatos e atos positivos e negativos, tanto da atualidade como do passado de décadas, ou não muito distante.
Basta ascendermos o senso crítico para sentirmos as afirmativas, os gaguejos mirabolantes e ilusionistas, usados para distorcer os fatos, criando afirmativas repugnantes e descabidas, mascarando a verdade cristalina.
O trágico disso tudo é que alguns candidatos deixam transparecer que buscam o poder pelo poder, esquecendo-se de que o poder da verdade deve falar mais alto do que a verdade do poder de mentir.
Agora é a hora de refletirmos e buscarmos a verdade, pois, como cidadãos uberabenses, queremos o melhor para nossa cidade.
Marco Antônio de Figueiredo
Advogado e articulista