Certa vez eu li que se chamar “Chico” é atestado de personalidade forte, pois nem todo Chico é Francisco e nem todo Francisco é Chico
Certa vez eu li que se chamar “Chico” é atestado de personalidade forte, pois nem todo Chico é Francisco e nem todo Francisco é Chico. A afirmativa é correta, pois no universo dos “Franciscos”, só os verdadeiros “Chicos” perpetuam suas marcas como Chico e Francisco.
Podemos encontrar “Chicos” como São Francisco de Assis; outros em forma de artistas globais como Francisco Cuoco; têm personagens de estórias e histórias; alguns “Chicos” se destacaram na luta pela liberdade e defesa da Amazônia, como Chico Mendes, que antes de nos deixar, gravou na memória dos brasileiros sua luta incansável e suas palavras de ordem com “Não quero flores no meu enterro, pois sei que vão arrancá-las da floresta”. Outros também se tornaram imortais pela compreensão e dedicação à vida espiritual, como Chico Xavier, que dentre tantas afirmativas, uma nos marcou com mais intensidade: ”Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.
Aqui pelas “bandas” da terra de Major Eustáquio podemos encontrar até o Chico “fujão” do Bosque Jacarandá, enquanto no continente tupiniquim tem o “Velho Chico” que corta o País banhando vários Estados e levando vida ao povo sofrido do Nordeste; tem outro Chico que exibe seus olhos verdes compondo “poemas” que perpetuam no cancioneiro popular, enquanto canta que gostaria de ver “os olhos nos olhos, para saber o que você faz, ao sentir que sem você ele passa bem demais”.
Tem “Chico” e “Chica” para todos os gostos... Tem a grande pianista, escritora e compositora Chiquinha Gonzaga, com mais de duas mil composições escritas, dentre elas várias marchinhas de carnaval. Não podemos esquecer a conhecida Dona “Chica”, que segundo a crença popular, gosta de visitar, pelo menos uma vez por mês, todas as mulheres e jovens que já debutaram. Nem sempre esta visita é bem vista ou bem recebida. Mas para os casais de namorados mais afoitos, a chegada da temida Dona “Chica” é comemorada como alívio diante da comprovação de que não está encomendado um novo Chiquinho.
Nos rincões das alterosas, a morte de um peão de nome “‘Chico’ mineiro” é sempre lembrada através de uma música sertaneja, cujo eco silencioso e ao mesmo tempo perturbador ronda por toda cadeia de montanhas do Estado de Minas Gerais.
Esta semana outro “Chico”, o Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, ou simplesmente “Chico Anysio”, foi visitar o paraíso celeste, quem sabe, para dar aquela animada com a chegada seus duzentos e tantos personagens, pois ele, o Anysio, é tanto “Chico” como Francisco.
Marco Antônio de Figueiredo - Advogado e Articulista marcoantonio.jm@uol.com.br