Pensei em escrever sobre tantas coisas para este início de semana. Meus dedos coçaram, mas minha vontade acabou ficando submissa à ponderação...
Pensei em escrever sobre tantas coisas para este início de semana. Meus dedos coçaram, mas minha vontade acabou ficando submissa à ponderação, sobrepondo aos documentos, argumentos, fatos e áudios que me foram expostos.
Melhor assim, porque tudo que é rápido e que produz resultados instantâneos deve ser avaliado, evitado ou até mesmo proibido com tranquilidade, mesmo os fatos reveladores ou de gostos duvidosos, pois a pressa é inimiga da perfeição.
William Shakespeare nos ensina “que ser gentil é mais importante do que estar certo; que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito”.
Assim, para evitar que o imediatismo possa causar grandes injustiças e ao mesmo tempo pensando que talvez seja pior que a agilidade de esperar sentado, passou por minha cabeça que quem espera, sempre alcança. Mas será?
Diante deste emaranhado de pensamentos comecei a refletir que à medida que os anos passam minha capacidade de adaptação à realidade se torna maior.
Um filme e um áudio com retrospectiva de vida começaram a se formar em minha mente e senti uma emoção indescritível ao perceber que um dos grandes prazeres é olhar para trás e saber que a receita da felicidade é poder gravar na memória as passagens da minha vida, como se estivesse acontecendo neste instante.
Relembrei as “peças” que a vida impôs, mas logo em seguida percebi que destacam, em maior espaço, as imagens e os sons de convivência com amigos, com a família; as gargalhadas de felicidade, os momentos de carinho, de amor, os passeios, as serenatas, as paixões e os encontros com Deus em oração e amadurecimento espiritual.
Por um instante “coloquei um pause” da minha retrospectiva, surgindo as imagens dos dias atuais, me fazendo lembrar que Charles Chaplin tem razão quando afirmou que por mais que o vento dê opostamente às águas do rio, elas seguirão sempre em sua correnteza, para um rio ainda maior, e esse, para o mar.
Apertei novamente o “play” para ficar gravado que a minha vida é um rio que tem um mar para desaguar e ampliar os horizontes, os laços que nos prendem são cultivados com carinho e afeto. Que a felicidade é um sonho sempre a se perseguir, porque no fundo ninguém sabe como é essa sensação de plenitude, de possibilidades e de oportunidades que a vida nos oferece, quando oferece.
Assim, guardo este e tantos outros áudios e vídeos que fazem ou fizeram parte da minha vida, pois minhas aprendizagens são tudo e nada ao mesmo tempo, permitindo-me aprender expressar em artigos meus pensamentos, meus desejos e emoções; para libertar os conhecimentos e a garra que se escondem, mas que existem dentro de mim, podendo ou não agradar a quem por ventura ler e entender as entrelinhas do que ali fica expresso.
(*) Marco Antônio de Figueiredo
Advogado e articulista