ARTICULISTAS

O Chapéu, o Brasão e a Política

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 25/07/2024 às 19:33
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Os acontecimentos atuais na política uberabense nos causam dúvidas e reflexão.

Tenho visto desespero, ódio, perseguição, medo de perder as eleições e o firme propósito do domínio machista no comando político na terra de Major Eustáquio.

Respeitando, é claro, as opiniões contrárias, os entendimentos jurídicos estampados nas mídias expressas, radiofônicas e até mesmo nos pareceres, cotas e relatórios judiciais, os fatos expostos me levaram a refletir sobre o caso dos outdoors da Prefeitura com os dizeres “Ela faz, Ela cuida”.

Fiquei alguns instantes tentando entender o que ela, a prestação de contas feita pela administração, queria dizer com aquilo. O que todo o outdoor me enviaria de fato e o que seria a mensagem. O que eu via e o que eu estava entendendo no conjunto de imagens ali estampadas.

E, analisando friamente, percebi que muitas vezes as pessoas, principalmente as de oposição, com sangue nos olhos, querem derrubar a situação, confundindo os símbolos e produtos com o conceito do que eles de fato expressam.

Na hora, veio-me à mente um famoso chapéu e um certo cachimbo. De uma obra famosa, “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, no diálogo do príncipe com pessoas adultas, um desenho em forma de chapéu.

“Mostrei minha obra-prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo. Responderam-me: ‘Por que um chapéu faria medo? Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jiboia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jiboia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender”.

Uma outra obra que nos faz refletir também sobre a influência da imagem nos nossos conceitos e percepções é a pintura “Isto não é um Cachimbo”, onde a artista belga René Magritte afirma que o que vemos não é um cachimbo de fato, mas o desenho de um.

Mas o que o chapéu, o cachimbo e a política têm em comum?

Em se tratando dos outdoors, tudo! Vejamos, aos olhos de quem os vê, representações sujeitas a interpretações supostamente inquestionáveis.

Pelo que se vê na mídia, todos os opositores ao governo atual recusam a aceitar a frase e o Brasão da Prefeitura de Uberaba – como aconteceu no clássico “Pequeno Príncipe”, quanto ao chapéu que não é um chapéu, e na pintura em que “o cachimbo não é um cachimbo” –, em que o Brasão da Prefeitura não quer dizer que o brasão representa a Prefeitura e que os símbolos e imagens que estão presentes não são uma prestação de contas.

Afinal, o que vemos mais uma vez é apenas uma reação momentânea da realidade.

A percepção que temos é de que algo ou alguém tenta construir, a partir da ganância de se opor aos feitos positivos de uma administração, uma falsa imagem do que ali realmente nos é transmitida.

Ao observarmos os símbolos e imagens visíveis no outdoor, teremos não apenas uma visão parcial sobre aquela prestação de contas à população, mas também a capacidade de formar um julgamento de valor sobre um trabalho de todas as secretarias utilizando o dinheiro de impostos nos três anos e meio de administração pública.

Segundo a psicanálise, a dualidade, mesmo da visão, é a construção ideológica de que existem forças opostas a agir num mesmo objeto, contribuindo para uma inerente batalha interna, que faz parte da existência. Sentimos alegria e tristeza, ilusão e desilusão, felicidade e dor, a verdade e a ilusão carregada de ódio e perseguição contra o opositor.

 Marco Antônio de Figueiredo

Advogado; jornalista e articulista do Jornal da Manhã

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