Minha vontade hoje era comentar sobre um crustáceo decápode, pertencente à família Callianassidae, que mede até 30 centímetros de comprimento, tem o nome de “corrupto” e é muito difícil de capturar. Os corruptos vivem nas praias, servem de isca para peixes marinhos, seus maiores predadores. São encontrados na sujeira vinda do mar, depois da onda passar.
Mas assim como nosso crustáceo marinho, entre a raça humana existe este animal de difícil captura, que vive na sujeira das administrações públicas.
Corrupto talvez seja a expressão mais falada no Brasil na última década. Assistimos na mídia, em todos os telejornais, diuturnamente a expressão “corrupto” soar em todos os tons, referindo-se a políticos de todas as esferas e Partidos existentes no Brasil.
Pelo que consta, até mesmo aqui, na “Princesinha do Triângulo Mineiro” encontramos políticos que são professores, outros alunos; uma turma destes indesejáveis sanguessugas dos cofres públicos, já é pós-graduada, enquanto surgem aqueles que ao assumirem postos de chefia, ajeitam-se nas carteiras escolares da escola da corrupção, formando grupinhos que estampam suas dentaduras, onde se destacam os caninos dispostos a darem aquela mordida nos empresários e empreendedores desta terra de Major Eustáquio.
Li certa vez que a noção de “corrupção” implicaria na existência de um quadro jurídico estabelecido, de um consenso claro entre povo, autoridades e mídia, quanto ao que é certo e errado, lícito e ilícito, decente e indecente.
Vivemos em um país que se entregou nas mãos de uma elite que se diz revolucionária, imaginando que ela iria simplesmente governar, mas ao invés disso, subverteu de norte a sul.
Do jeito que anda as coisas, já não podemos mais combater a corrupção porque ela se impregnou de tal forma em todas as camadas sociais, tornando-se a alma de parte do sistema político partidário, ocultando e protegendo réus confessos, mas blindados por forças misteriosas palacianas, empenhadas em camuflar a atenção de toda comunidade nacional através da imprensa, buscando bodes expiatórios para livrar os verdadeiros culpados.
A corrupção, quando se torna institucional, é um veneno que se espalha pelas almas e as induz à cumplicidade e à adesão subserviente, tornando-se necessário que o Administrador não deixe escapar de suas mãos as rédeas da carruagem do poder, pois caso contrário, os “ratos” saem do esgoto e assumem a dispensa, a cozinha, a sala e o cofre do palácio, deteriorando todo o esplendor de um governo diferente e que tem tudo para dar certo.
Maquiavel já dizia que o primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta.
Que 2014 seja um ano diferente na terra de Major Eustáquio, nas Alterosas e em todo território tupiniquim, onde possamos ver as “ratoeiras” “lotadas” de “crustáceo-humanos” ceifados pela guilhotina da honra e honestidade; onde, os verdadeiros e fiéis “generais” sejam valorizados pelo “Estado Maior”, em detrimento daqueles que muito rodeiam, dizem-se amigos e, na hora “H”, se acovardam.