Relendo Nicolo Maquiavel, in “O Príncipe”, novamente parei para refletir sobre o posicionamento político de alguns dirigentes, face às críticas na mídia e nas redes sociais
Relendo Nicolo Maquiavel, in “O Príncipe”, novamente parei para refletir sobre o posicionamento político de alguns dirigentes, face às críticas na mídia e nas redes sociais.
Não vou levantar a “lebre” nas questões federais e estaduais, pois para consertarmos o Brasil, temos que começar, em minha opinião e respeitando as demais, a fazer o dever de casa, analisando primeiramente nosso lar, nosso modo de viver em sociedade, nossa rua, nosso bairro e nossa cidade.
Mas, como devemos agir na condução de nossos atos, principalmente quando estivermos no comando? Vale mais ser amado ou temido? No livro, Maquiavel apresenta a questão de forma direta: “É melhor ser os dois, se não conseguir, então, é melhor ser temido”.
Analisando o que vemos, devemos infundir o temor e o amor sempre que puder, pois um não exclui o outro e só ser amado, dá a oportunidade de traição pelos subordinados. A conquista feita somente pela benevolência faz aflorar atos de insubordinação e ambição ensejando planos de derrubada e tomada do poder.
Por outro lado, já passamos por essa experiência em Uberaba, só o temor não cria a motivação dos subordinados e a fidelidade vai depender sempre da demonstração da força do “carrasco e chefe”.
Para Maquiavel, equilibrar a benevolência e o pulso firme é o melhor.
A história nos mostra que Napoleão, comentou o livro, optou pelo temor. Mas ele era Napoleão Bonaparte, não um dirigente municipal desta terra de Vigário Silva. Ambos, Napoleão e o senhor Alcaide de outrora, tiveram suas conquistas usando o poder e a tirania como armas para serem vistos e ouvidos, mas acabaram derrotados de forma massacrante naquela batalha que poderia ser a consagração de seus governos.
Lendo Maquiavel chego à conclusão que sou otimista, pois a coisa mais fácil do mundo é ser pessimista; basta pensar: vamos ficar velhos e depois morrer. Vamos ficar quietos ou reclamar de tudo; Então, ser otimista diante das barreiras que a vida nos impõe é difícil.
Aí vem uma força interior que diz que o mundo é feito por nós. O homem é uma simples invenção dele; se formos pessimistas, entregamos os pontos. Se não tem quem faça, temos que fazer, não podemos ser pessimistas, temos que encarar a realidade e ir em frente.
Quem tem a responsabilidade assume e resolve os problemas, mesmo sob a artilharia daqueles que se opõem pelo simples fato de serem oposicionistas. O ditado é velh Quem é vidraça tem que suportar e vencer o estilingue. Talvez por isso, muitos acomodados, que nada fazem para solucionar ou ajudar quem está a resolver os problemas, se posicionam covardemente como estilingues e atiradeiras sempre apontadas para a vidraça, pois, como diz um velho ditado português, “é melhor ser cabeça de lagarto que rabo de dragão”.
Marco Antônio de Figueiredo – articulista e advogado
marcoantonio.jm@uol.com.br