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O drama político existencial

Falar de um Brasil jovem, cheio de mudanças rápidas no campo social e político, seria ótimo caminho para se chegar a uma parte do drama político existencial de nosso País...

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 19/04/2010 às 23:57Atualizado em 20/12/2022 às 06:58
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Falar de um Brasil jovem, cheio de mudanças rápidas no campo social e político, seria ótimo caminho para se chegar a uma parte do drama político existencial de nosso País. No entanto, não são somente as mudanças internas que nos levaram a presenciar este drama social caótico que nos assola no dia-a-dia. Por isto, procuramos justificativas dentro de uma visão holística do processo de independência do Brasil.   Para chegarmos ao caos político em que se encontra o Brasil, é necessário observar os atores e personagens sociais das arenas políticas, intelectuais e dirigentes dos poderes constituídos, os quais mais do que nunca, incorporaram os papéis de “Reis”, “Majestades”, “Césares”, “Faraós”, e suas consequências políticas para o mundo. O Brasil é um país “pré-adolescente” em descobrimento, se compara-lo às nações do Velho Mundo, encontrando-se em fase de amadurecimento e euforia, com facilidade de condução ideológica de seu povo, que sofre deste mal, talvez por que teve seu nascimento sob a colonização portuguesa, passando por um período de controle dos poderosos do tráfico africano, sofrendo mudanças “evolutivas” de forma brusca, mas, sem revolução, guerra intelectual ou material. Tente fazer uma retrospectiva da vida política brasileira e facilmente verá que nascemos e vivemos em um país que, para conseguir sua independência, foi necessário simplesmente anunciar, sem que existisse uma resistenciazinha sequer. O máximo que já aconteceu de “luta” por um idealismo político, foi uma ou outra revolta, mas de forma alguma aconteceu no Brasil, o que podemos chamar de revolução. Para ser mais exato, tirando a denominada “Revolta Farroupilha”, que durou quase uma década, não se pode apontar nenhuma outra, pois “em 1930 houve somente troca de guarda” e no ano de 1964 aconteceu justamente o contrário daquilo que havia sido proposto e proclamado pelos “revolucionários”.   Poderíamos até considerar o governo Collor de Mello, ainda que de forma remota, uma revolução política, pois mexeu com os brios de toda a nação quando confiscou abruptamente o dinheiro da “poupança”, provocando também a evolução tecnológica da telefonia, da internet, dos meios de transporte, da inserção do Brasil na globalização através da mídia eletrônica, gerando mudança radical na incorporação do povo na política, passando de 5% da população como eleitores, para quase 80%, nos dias de hoje. Ao olharmos o quadro político atual, chegamos à conclusão de que alguma coisa está trancando nosso futuro. As propostas até agora apresentadas por aqueles que querem dirigir o Brasil por mais quatro anos, é arcaica e certamente congelará, mais uma vez nossa evolução e sem sombra de dúvidas, sedimentará o crescimento da violência, da corrupção e ampliará a degradação da representação política. Se não acontecer profundas reformas políticas e de políticos, mudanças radicais na lei e na forma de cumpri-las, nas instituições e nas mentalidades que continuam dependentes da “bolsa-esmola” que sempre sobra uma “quirela” para compra do “crack”, vai continuar este drama político existencial.

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