ARTICULISTAS

O Estatuto do safado

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 12/12/2011 às 23:15Atualizado em 19/12/2022 às 21:02
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Lendo o Fórum JM, do Jornal da Manhã de 10 de dezembro, intitulado “Dilma eu te amo”, fiquei com ideia fixa de que está faltando algo no mundo jurídico codificado e depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que é necessário que seja elaborado, o mais breve possível, o “Estatuto do Político e do Candidato Safado”.

Seria um conjunto de regras que iria ao encontro do estereótipo do verdadeiro “malandrão”, que quer entrar na política para se dar bem.

O Estatuto é para ser utilizado por candidatos em 2012, com jeitinho e esperteza, como sendo indivíduos que surgiram daquela camada considerada socialmente desfavorecida, quando na verdade estão muito bem posicionados socialmente e financeiramente.

Ao elaborar a minuta deste precioso estatuto, vi exemplos e currículos bem próximos de nós, habitantes desta terra de Major Eustáquio, encontrando o cerne da malandragem configurada através de políticos que escarnecem de suas funções e obrigações sociais, tais como obediência às autoridades, desrespeitando a vontade alheia, preferindo viver o dia-a-dia da forma mais hedonista possível.

Aqui neste sertão da farinha podre encontrei político safado que precisa utilizar da própria inteligência e artimanha para lidar com os mais fortes. Além do que, por ser um safado ideal para a carreira política, carrega em si o carisma que lhe rende simpatia, mesmo diante daqueles que teriam motivos para não aprovar sua atitude, usando assim, sua safadesa, concomitentemente, com a aplicação do famoso jeitinho, embromando representantes do povo para aprovação de seus caprichos, criando “rombos” inimagináveis.

O “Estatuto do Político e do Candidato Safado”, será destinado a regulamentar os direitos e deveres assegurados às pessoas com igual ou superior capacidade dos políticos atuais de enganar os cidadãos de bem, servindo de orientação para obter vantagens em licitações e concursos; regras obscuras para receber propinas; a orientação de como apertar o “botão” de seu colega, nas votações de leis, sem ser descoberto; formas de não serem pegos com dolares na cueca, nas malas, nas meias, nas contas de “laranjas”; ou nos negócios imobiliários vantajosos, santificados atraves da doação de um terço, etc.

O Estatuto tem no máximo 30 artigos, com regras hoje usadas, não catalogadas e nem codificadas, mas que servirão de inspiração para discurso de candidato “ficha-suja”, que poderá afirmar que: “Ficha limpa” é coisa de “frutinha”! Político bom tem o nome SUJO, envolvido nas maiores falcatruas e escândalos; podendo ser complementado o discurso com promessas que jamais serão cumpridas, revitalizações superfaturadas e afirmar que nunca vai investir o percentual máximo permitido em lei, na educação, deixar sucatear ambulâncias, mesmo tendo uma verba mensal que dá para comprar uma “zero quilômetro”; que vai terceirizar a saúde, a merenda escolar e toda a frota do Estado, União e Município; que vai dar a volta ao mundo sob o pretexto de visitar possíveis empreendimentos; que vai maquiar com tinta de terceira categoria a sinalização das ruas e gastar com placas avisando que o asfalto é novo, etc.

O espaço acabou, na semana que vem vou mostrar alguns artigos deste  Estatuto que mostra claramente que político verdadeiramente safado, corrupto, malandro e bandido, para merecer todas as “honrarias” ali codificadas, tem que extorquir parte do salário de seus assessores, para fazer “caixa” da sua campanha ou para gastar com presentes para sua amante. Segunda que vem, tem mais.

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