Existem certos aplicativos que são usados de forma pejorativa e se tornam ditados populares. Um destes jargões é o “filho da mãe”, que é usado para criticar ou falar mal de alguém de forma ofensiva, classificando-o como um ser mimado, sem moral, sem educação, invejoso, ou até mesmo um lorpa. Não dá para aceitar que a palavra mãe possa estar inserida em tamanha desclassificação, pois, afinal, “mãe é mãe”, não importando se ela tem nome pomposo ou não. Mãe é vida terrena e celestial, podendo gerar, criar ou somente educar outro ser. Existem aquelas que chegam a engravidar psicologicamente, sem deixar de ser mãe nos sonhos e na vontade imensurável de fazer parte do seleto universo da maternidade. É indescritível o sentimento de mãe, pois ela não esquece jamais a perda de um filho, seja para o tráfico ou para outras fatalidades da vida. Também o verdadeiro filho jamais esquece sua mãe, formando assim um elo incrivelmente infinito entre o céu e a terra. No transcorrer da vida encontramos com mães biológicas, mães solteiras, mães por afeição, mães de filhos portadores de cuidados especiais, mães felinas, mães cangurus que são aquelas que apenas alugam seus ventres para gerar um filho para outras mães que compram o direito de amar maternalmente. Encontramos também aquelas mães temporárias que ficam nas creches, que assumem suas funções de substitutas maternais em dedicar carinho, educação e presença aos filhos de outras mães. Existem também as mães “cheque especial”, que é aquela que socorre todo mundo no fim do mês; a mãe matemática que soluciona todos os problemas dos filhos. Não podemos esquecer as mães adotivas que, segundo Antonio Pires, “não existe diferença em ser adotiva ou biológica pelo fato da criança não ter nascido do ventre, o que não impede uma mulher de carregar uma criança nos braços, exalando o amor provocado pelo mistério da simpatia mútua que une dois seres num eterno elo”. Poucos sabem, mas a mãe adotiva também passa pelo processo da espera, sendo que a única diferença é que as mães biológicas cultuam aquele lindo “barrigão”. A “gestação” de uma mãe adotiva às vezes pode durar muito mais que o tempo normal, pois dependem da boa vontade da Justiça e outros trâmites legais, enquanto as mães biológicas sabem que ao findar os nove meses, termina a espera angustiante de ter nos braços aquele ser que chamará de filho. Não importa se é mãe adotiva, biológica, de criação, terrena, celeste ou qualquer outra definição que os poetas e escritores dão a este ser tão sublime, mas com toda certeza do mundo podemos afirmar que o fato de ser mãe é sem dúvida, uma trajetória única e singular. Assim como Deus criou a Mãe para ser a figura representativa do amor, permitiu, infelizmente, que também o universo fosse contaminado com incontáveis “filhos da mãe”, que exploram, mentem, iludem e renegam a beleza maternal.