Em 2000 houve a virada do século. Em 2010, no Brasil, aconteceu a alternância de sexo, politicamente falando, tornando feminino o Poder Executivo Federal.
A verdade é que ninguém mais se espanta com o número de mulheres dirigindo pequenas, médias e grandes empresas; comprando e vendendo, tomando decisões na presidência de grandes grupos empresariais com ramificações nas áreas da indústria, comércio, telecomunicações, mercado financeiro, de importações e exportações, etc.
O que hoje vivenciamos no Brasil nada mais é que um “repeteco” do que aconteceu em outros países, onde várias mulheres já pleitearam e conseguiram espaço no cenário político, principalmente para ocuparem os cargos mais elevados. Podemos citar Laura Chinchilla Miranda, presidente da Costa Rica; Cristina Fernández de Kirchner na presidência da Argentina; Michelle Bacheret Jeria, a primeira presidente do Chile; Mireya Moscoso Rodríguez de Arias, presidente do Panamá, entre 1999 e 2004; Lídia Gueiler Tejada, que foi presidente da Bolívia; Maria Estela Martínez de Perón, a Isabelita Perón, na Argentina, dentre outras.
Poderíamos ainda citar Khertek Anchimaa-Toka, que foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente de um país, Tuva, em 1940; Golda Meir, primeira-ministra de Israel entre 1969 e 1974; Margaret Hilda Thatcher no Reino Unido; Indira Gandhi na Índia, e tantas outras.
Diante desta explosão “rosada” na visão política mundial e da globalização infiltrada nos quatro cantos do planeta, aqui na terra tupiniquim, ainda conservamos a “ilógica” força patriarcal no campo da política, onde a mulher se submete às ordens do “apadrinhamento” masculino.
O que se dá para notar é que a mulher, mesmo sendo escolhida para governar, ainda continua se sujeitando à falsa projeção da figura da mãe sacrificada, protetora de planos criados pelo homem, ou mesmo pela fiel companheira obediente e cumpridora das determinações de seu comandante e inspirador maior, caracterizado pela figura masculina.
É visível, pelo menos até agora, que a nova presidente do Brasil ainda é parte deste lado feminino na política que precisa mudar urgentemente, mostrando e demonstrando a capacidade da mulher, reinventando algo diferenciador desta filosofia machista, egoísta e egocentrista, hoje imposta pelos homens, neste chamado tradicionalismo sistema patriarcal.
Esperamos que a presidenta Dilma Rousseff saiba dar luz à uma nova política de comando não matriarcal ou patriarcal, mas de guarda compartilhada, visando à questão social e ambiental. Rogamos a Deus, que a economista, ex-ministra, ex-guerrilheira e hoje presidente Dilma Rousseff, deixe aflorar, concomitantemente, seu lado mulher, feminista e feminina para governar o Brasil com paixão, delicadeza e graça, sendo firme para saber cuidar de “seus filhos brasileiros”, sem que isto signifique sacrificar ou ser maternal e condescendente com os erros, falhas, a prática de corrupção e, ao mesmo tempo regendo com vigor, com o pulso forte de quem sempre lutou pela democracia; que observe e fiscalize, com rigor, os atos políticos da Nação, pois estamos todos, situação e oposição, depositando em vossas mãos, o que possuímos de mais sagrado, que é nossa Pátria, nossa liberdade e nosso futuro.