“O povo que se lasque”...
As propagandas eleitorais gratuitas na TV estão chegando ao fim e até agora só o de sempre e isto é péssimo. Sem comentar a respeito dos candidatos à Presidência, votar nos políticos já eleitos e que só ficaram no “lero-lero”, através de propaganda enganosa, é negar o espírito democrático.
Os candidatos, em todas as esferas, seja Federal, Estadual ou Municipal, com raríssimas exceções, continuam fazendo propaganda como se tudo fosse um balcão de negócios, onde a mercadoria negociada não pertence aos vendedores.
A maioria dos candidatos não assume a verdadeira vontade popular. Parece que os candidatos a cargos em Belo Horizonte e Brasília estão esquecendo que ser representante do povo é muito diferente de se comportar como os velhacos de sempre, que estão fadados a serem excluídos da aceitação popular.
Diz um velho ditado que mesmo sendo honesto, o homem precisa se comportar como honesto, assim como parecer honesto. Ora, se olharmos para a maioria dos candidatos que está colocando seu nome em jogo, veremos aqueles que gostam dos “mensalões”, “mensalinhos”, “chequinhos”, “comissões”, orações que pedem “um terço”; enquanto os honestos são poucos no meio de tantos desonestos. Como diria um amigo meu, até por respeito à matemática, o resultado positivo é fracionado, quando não é zero, tendendo a menos infinito.
Alguém, em uma roda de amigos, pontuou que, como exemplo, o Poder Legislativo do Brasil, além de ser lamentável, é o mais caro do mundo, onde sai até morte para continuar no poder, trabalhando poucas horas por mês, votando segundo interesses pessoais, enquanto o “povo que se lasque!”, como diz o personagem “João Plenário”, da “Praça é Nossa”.
Na terra colonizada por Cabral e descoberta pelos Tupiniquins, ou é oito ou oitenta. Claro que o oito se refere “ao povão”, a falta de cuidados com a saúde, a roubalheira que impera, a violência e a bandidagem que banca as eleições de vários políticos, os empresários que olham para o lucro instantâneo e persuadindo votações unânimes em algumas casas de leis, enquanto a corrupção impregna em alguns que se autointitulam guardiões da honestidade.
A desculpa é sempre a mesma: o brasileiro é uma mistura de índios, negros e portugueses, formando uma salada de culturas, que hoje se define como um brinde servido em taças de cristal para os ricos, em copos de vidro para os seus ajudantes e em copo de plástico para o “povo que se lasca”, que paga toda a conta da gasolina, diárias, ajuda paletó, carro com motorista, telefones, passagens aéreas, plano de saúde, dentário, funerário e pensão para viúva, “prima”, tia, etc.
E o “povão”, como sempre, mesmo “se lascando”, perdoa toda a sujeira em troca de migalhas, trabalhando, lavando e passando para os magnatas usufruírem de tudo aquilo, que nem em sonho, tem perspectiva de algum dia ter.