Lendo o artigo da incomparável educadora, imortal e articulista Terezinha Hueb de Menezes sobre “Delcides, o Coronel”, meus pensamentos borbulharam trazendo recordações de infância, daqueles que de certa forma figurarão para sempre nas estórias do folclore uberabense.
Quem não se lembra do “Fumanchu” gritando e cantando o hino do Uberaba Sport Clube? Da “Maria Cabecinha” lá do Fabrício, assim como de tantos outros, dentre eles “Maria Boneca” e o “Coronel Delcides”?
Uma frase resumiu o sentimento que tive ao ler o artig “o esquecimento é frio e penetrante como agulhadas na carne doida”.
Viajando nas imagens e sons gravados na lembrança de tantas pessoas e fatos que me fizeram apaixonar e adotar esta maravilhosa terra que também foi de Major Eustáquio, relembrei da mureta que contornava o córrego da Leopoldino de Oliveira, ali, bem em frente ao Cine Metrópole, onde nós, jovens da época, sentávamos à espera de mais uma sessão de cinema, muitas vezes admirando o majestoso prédio do Grande Hotel.
Quem viveu por aqui os anos 60, 70 e 80, deve se lembrar do “Pinguim”, onde a rua Artur Machado era interrompida entre a Lauro Borges e Presidente Vargas, para a moçada reunir, conversar e “paquerar”.
Depois de horas “surfando” e “navegando” em pensamentos e recordações, o toque do celular me trouxe novamente ao ano 2012. Era de um amigo querendo trocar ideias sobre as notícias da semana, eleições, articulações políticas e sucessão.
Mais ouvi do que opinei. Meu estado de espírito estava nostálgico e impregnado de boas recordações. Não queria trazer à tona imagens dos ratos e dos esgotos políticos. Como diz o ditado popular: Eu não quero ter razão... eu quero é ser Feliz!
Mas, infelizmente, quando se fala em política, é como recordar Chico Buarque ou Milton Nascimento, quando afirmam: que o será que me dá que me bole por dentro, o que será que me dá? Que brota à flor da pele e que me sobe às faces e me faz corar; que me salta aos olhos e que não tem mais jeito de dissimular. Quando somos chamados a falar de política, o que será que será que dá dentro da gente que é feito uma água ardente que não sacia. Deve ser porque a campanha já começou e já andam suspirando pelas alcovas, sussurrando versos e trovas, combinando no breu das tocas, acendendo velas nos becos, falando alto pelos botecos e gritando no “pastel do Mercadão”.
Chegou 2012! Ano de eleições municipais. Daqui para frente, só Deus sabe o que será que será!
(*) Advogado e articulista