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O símbolo da traição

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 06/10/2014 às 10:17Atualizado em 16/12/2022 às 03:51
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 O símbolo da traição

Ufa!!! Até que enfim chegaram as eleições... Já não aguentava mais ver tantas baboseiras, tantas promessas, tantas falsidades, tantas mentiras... Trabalhei o domingo inteiro só para ter certeza de que era mesmo o dia “D” para eleger os nobres representantes legislativos. Acabou... Pelo menos por mais um ano e meio.

Quem ganhou que comemore e quem perdeu que levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima.

Nestes três últimos meses, observei aqueles corajosos indivíduos que colocaram suas vidas à disposição de “servir a comunidade, sem nenhum interesse próprio”. Como são puros e honestos estes cidadãos que colocam seus nomes ao julgamento popular!

Como gostam de trabalhar para o povo! Como trabalham! Ó coitados!!! Mas... Como o Brasil é um país democrático, onde todos nós fomos espontaneamente às urnas escolher aqueles que nós indicamos para serem votados; onde quem não quis votar certamente não será punido porque estamos num país livre; com toda a certeza do mundo, os eleitos irão nos representar e fazer o melhor para todos nós; para nossa cidade; sem paixão partidária; sem querer olhar para o próprio umbigo; sem revanchismo e sem fazer crítica pejorativa àqueles que foram derrotados nas urnas.

Será que veremos os vencedores deste pleito voltando ao grupo “G9” e assinando, agora como eleitos, o cumprimento das “promessas” feitas em campanha? Ou tudo ficará como “dantes no quartel de Abrantes”?

Tudo é possível! Afinal, são em grande maioria os mesmos políticos de outrora ou, quando não, gerações atuais que seguem os mesmos conceitos, preceitos e esquemas de seus antepassados. Alguns já aprenderam a dar o famoso bote da serpente, agindo de maneira traiçoeira e indigesta, deslizando entre as pessoas, rastejando entre os escombros das maçãs podres e envenenadas que os antigos politiqueiros deixaram esparramados sobre este rincão valoroso.

Se pararmos para refletir, veremos que aqueles que dedicam com amor e altivez aos encargos que lhe são atribuídos, “andam em cascas de ovos”, enquanto os demais se comportam como aqueles animais peçonhentos que se entrelaçam dentro do covil.

Desde os primórdios da humanidade, a serpente é o símbolo da traição, da maldade e do pecado. É um animal rastejante que representa a malícia, a perversidade e o ataque mortal. Agem como muitos políticos que estão por aí, pois mesmo sem rastejar, uma corja imensurável de eleitos e não eleitos possuem as mesmas artimanhas da víbora.

Li certa vez que as serpentes vivem sondando a presença dos descuidados nas frestas escuras e nos lugares menos impensados para picar o calcanhar, enquanto as víboras humanas com suas línguas peçonhentas e olhares corrompidos escondem-se por trás das portas e janelas, ou nos becos da vida prontos para dar o bote.

Para a picada de cobra tem o soro antiofídico, mas das serpentes da política, salvam os mais precavidos, pois protegem seus calcanhares, enquanto a grande maioria continua andando por caminhos perigosos e de repente, sentem suas vidas fisgadas pelas agulhas venenosas e surgidas do nada

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